Os Estados Unidos advertiram, nesta terça-feira (29), que todas as opções estão sobre a mesa, depois que a Coreia do Norte lançou um míssil que sobrevoou o território do Japão, provocando um alerta internacional.

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As forças norte-americanas determinaram que o míssil, disparado de uma base próxima a Pyongyang e que caiu no Pacífico, a leste do Japão, não representou uma ameaça para o território dos Estados Unidos ou para a ilha de Guam — pequeno território americano no Oceano Pacífico ocidental considerado estratégico para os EUA —, detalhou o comunicado.

“As ações ameaçadoras e desestabilizadoras apenas aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo”, afirmou a Casa Branca em um comunicado. “Todas as opções estão sobre a mesa”, ressaltou a nota oficial.

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Este é o primeiro projétil norte-coreano a sobrevoar o território japonês em vários anos. Em julho, Pyongyang testou dois mísseis balísticos intercontinentais.

A agência oficial norte-coreana KCNA confirmou o disparo de um míssil Hwasong-12, de médio alcance, sob asupervisão do líder Kim Jong-Un, que “cortou o céu sobre a península de Oshima, Hokkaido e o cabo Erimo no Japão, segundo seu itinerário de voo, e atingiu seu objetivo nas águas do Pacífico Norte”.

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Segundo a agência, Kim Jong-Un prometeu que ocorrerão no futuro “mais exercícios de mísseis balísticos com o Pacífico como objetivo”.

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá em caráter de urgência a pedido de Washington e Tóquio, depois que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, denunciou uma “ameaça grave e sem precedentes”.

Na primeira reação da Coreia do Norte, o embaixador do país na ONU, Han Tae-Song, alegou o “direito à autodefesa” diante das “intenções hostis” dos Estados Unidos, ao participar de manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul.

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O míssil provocou alarme no arquipélago japonês. As sirenes de alerta tocaram no Norte, e milhões de cidadãos receberam uma mensagem do governo em seus telefones celulares que dizia: “disparo de míssil. Mantenha-se protegido”. O tráfego ferroviário foi temporariamente suspenso.

Tomar uma “decisão forte”

A embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, afirmou nesta terça-feira que deveria ser tomada “uma decisão forte” sobre a Coreia do Norte.

– Já chega (…) Pyongyang violou todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que aprovamos e acredito que tenhamos de tomar uma decisão forte – disse Haley à imprensa.

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Questionada sobre a possibilidade de aprovar novas sanções, ela evitou responder e insistiu na necessidade de “continuar trabalhando” com China e Rússia. Os dois países são os apoios mais próximos que a Coreia do Norte possui.

Após o disparo, Shinzo Abe reiterou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, envolvido em uma disputa retórica com Pyongyang sobre seu programa armamentista, afirmou que Washington ficará ao lado de Tóquio.

Depois de uma conversa de 40 minutos por telefone, os dois governantes concordaram em “aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte”, disse o premiê japonês e a Casa Branca.

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Principal aliada e parceira comercial da Coreia do Norte, a China pediu prudência a todas as partes. Apesar de a situação ter atingido um “ponto de inflexão”, as “pressões e sanções” contra o regime comunista de Pyongyang “não podem resolver o problema”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.

A Rússia declarou que está “extremamente preocupada” e denunciou uma “tendência” de “escalada” da crise.

O lançamento ocorre alguns dias depois de Pyongyang testar três mísseis de curto alcance, que foram considerados uma provocação ante o exercício conjunto anual realizado pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul.

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Os dois aliados apresentam as operações como defensivas, mas, para Pyongyang, representam um teste para a invasão de seu território.