Oito terroristas foram mortos na noite de sexta-feira na onda de atentados em Paris, incluindo sete que detonaram cinturões com explosivos, informou à AFP um oficial ligado à investigação.

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Quatro agressores morreram na casa de shows Bataclan, sendo três que acionaram cinturões com explosivos e um abatido pela polícia antes de acionar seu cinturão. Outros três suicidas explodiram nos arredores do Stade de France e um quarto morreu no Boulevard Voltaire, próximo ao Bataclan, revelou o oficial.

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Segundo o promotor de Paris, François Molins, há uma investigação em curso para apurar se há “cúmplices ou coautores” ainda em liberdade.

O comissário Michel Cadot revelou que o assalto policial ao Bataclan “foi muito difícil: os terroristas se trancaram no andar de cima e detonaram seus cinturões de explosivos”.

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– Três deles detonaram seus cinturões com explosivos e outro, que também carregava um cinturão, foi abatido pela polícia antes de acioná-lo – revelou outra fonte ligada a investigação.

Polícia invade casa de shows e mata terroristas

Antes da ação policial, os terroristas atiravam de maneira indiscriminada.

– Tinham fuzis grandes, suponho que eram Kalashnikovs, faziam um barulho enorme, atiravam sem parar – contou Pierre Janaszak, animador de rádio e televisão que estava no Bataclan.

Os agressores “não estavam encapuzados, me parece que tinham muita munição. E aconteceu uma explosão muito mais forte, não sei bem o que aconteceu”.

– Depois ouvimos os disparos, quando a polícia entrou. Ouvimos tiros por todos os lados e aconteceram outras explosões – acrescentou.

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Brasileiros relatam clima de tensão após atentados

No ataque ao Bataclan, que deixou mais de 80 mortos, os terroristas invocaram a intervenção militar francesa na Síria para justificar sua ação, relatou uma testemunha à AFP.

– Eu ouvi claramente eles dizendo aos reféns que “a culpa era do Hollande, a culpa era do nosso presidente, que não deveria intervir na Síria”. Falaram também do Iraque – declarou Janaszak.

Atentados em Paris

Mais de cem pessoas morreram na noite desta sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em pelo menos seis lugares, segundo o jornal Le Monde, que cita uma fonte judicial: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Pelo menos cinco terroristas foram “neutralizados” à noite. A informação foi anunciada por François Molins, procurador de Paris.

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Logo após os ataques, o Itamaraty confirmou dois brasileiros entre os feridos nos atentados. Parisienses descrevem como “estado de guerra” a situação da capital francesa no momento, alertando para um possível crescimento da onda xenófoba, ultranacionalista e de extrema direita no país, que está a três semanas das eleições regionais.

O presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país. Moradores são aconselhados a não deixarem suas casas. Todos os locais públicos, como escolas, museus e bibliotecas, permanecerão fechados neste sábado em Paris. O presidente pediu confiança à população francesa e garantiu que as autoridades do país devem ser “duras e serenas” para “vencer os terroristas”.

O presidente norte-americano Barack Obama também se pronunciou após os ataques, garantindo apoio à França e descrevendo as ações como “ataques contra a humanidade”. Pelo Twitter, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff,se disse “consternada pela barbárie terrorista” e expressou seu “repúdio à violência” e “solidariedade ao povo francês”.