Passados 75 dias desde que uma das esteiras do terminal graneleiro do Porto de São Francisco do Sul foi paralisada após uma parte da estrutura ceder, a reforma do tripper para carregamento dos navios ainda não foi concluída. A última informação divulgada pela empresa SCPar, que administra a unidade portuária, era de que as obras terminariam por volta de 21 de maio, em uma projeção de que seriam necessários apenas mais 20 dias de obras depois que a nova estrutura fosse içada até o corredor de exportação, em 1º de maio.
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No entanto, a conclusão foi adiada para a primeira semana de junho. Segundo o diretor-presidente do Porto de São Francisco do Sul, Luis Furtado, as obras foram afetadas pelos dias de chuvas que ocorreram no meio deste mês.
Porto de São Francisco do Sul permanece com capacidade de operações reduzida
— Estamos em fase de finalização, com 40 pessoas trabalhando na reforma todos os dias — afirmou Furtado.
Segundo ele, a decisão da SCPar foi a de realizar uma reforma total na esteira, e não apenas consertar a avaria que causou o problema. Para isso, foram investidos R$ 8,5 milhões, com a construção de uma nova galeria e a troca de várias peças em toda a extensão do corredor 15-B. Em 11 de março, quando a paralisação ocorreu, uma parte de cerca de 40 metros da galeria de uma das duas esteiras de embarque cedeu enquanto uma carga de grãos era transportada.
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A manutenção do equipamento é de responsabilidade da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), mas, como ela se encontra na unidade portuária, a reforma total cabe à empresa gestora.
Durante uma semana após o acidente, as duas esteiras do terminal graneleiro foram desativadas, para garantir que a movimentação de uma delas não causasse mais problemas na estrutura da galeria que cedeu. Com isso, uma fila maior do que o normal se formou no terminal portuário e o tempo de espera chegou a 25 dias em 12 de abril. Agora, segundo Furtado, há quatro navios na barra e a espera está avaliada em dez dias. Ele também defende que a expedição está ocorrendo com mais da metade da capacidade.
— A correia em funcionamento está operando com 70% da capacidade em relação a quando ambas estão atuando, que é de 50%. Então, o atraso é pequeno — garante.
As empresas que operam no Porto de São Francisco do Sul temem que a sobrecarga na esteira que está em funcionamento cause avaria semelhante à que ocorreu em março. Além disso, o representante de uma empresa afirma que muitos navios foram deslocados para descarregamento em outros portos, evitando filas em São Francisco.
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A SCPar já informou anteriormente que foi feito um laudo para confirmar a viabilidade de aumentar o volume na expedição da esteira em funcionamento. O presidente da empresa também reafirmou que há um plano de ação para reformar a outra esteira assim que a primeira esteja totalmente recuperada. A obra ocorrerá com recursos próprios, da mesma forma que a atual, um edital de licitação deverá ser aberto ainda neste ano.