Subindo no púlpito após Dilma Rousseff, o presidente americano, Barack Obama, fez um discurso cheio de admissões de culpa e fraquezas.
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Sobre a espionagem, ele apenas pincelou brevemente o tema, sem citar o Brasil especificamente. Obama falou principalmente sobre os desafios no Oriente Médio, como as negociações para desarmamento químico da Síria, a recém-sinalização do Irã de que está aberto a discutir seu programa nuclear e a retomada das conversas entre Israel e Palestina.
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– Começamos a rever a forma como coletamos inteligência para equilibrar a segurança nacional à privacidade. Em resultado desse trabalho e em cooperação com os nossos aliados, o mundo está mais estável do que estava há cinco anos.
O americano admite que os EUA tiveram culpa na saída de Mohammed Mossadegh, presidente democraticamente eleito no Irã deposto em um golpe liderado pela CIA em 1953.
– A desconfiança (entre os dois países) tem raízes profundas – disse o presidente.
Enquanto os iranianos reclamam da interferência americana, os americanos reclamam de sequestros realizados por iranianos e de ameaças a tropas e aliados dos EUA.
– Não acredito que esse difícil histórico possa ser superado de uma hora para a outra. As suspeitas são muito profundas – disse. Mas resolver a questão nuclear poderia servir como um primeiro passo de uma longa estrada.
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Para Obama, o Irã deve tomar medidas transparentes e verificáveis para colocar fim às suspeitas sobre seu programa nuclear. No entanto, “a via diplomática” deve ser tentada para colocar fim às divergências e melhorar as relações.
Sobre a Síria, o líder pediu que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução sólida com consequências para o presidente sírio, Bashar al-Assad.
O presidente também apelou para a Síria respeitar a proibição internacional ao uso de armas químicas e advertiu que os Estados Unidos estão preparados para utilizar a força militar para proteger seus interesses na região. E respondeu à Rússia, que afirma que o ataque de 21 de agosto em Ghouta, no qual foi usado gás sarin, foi obra dos rebeldes:
– É um insulto sugerir que alguém que não o regime perpetrou esse ataque – disse.
Dilma e Obama não têm reunião oficial marcada nesta passagem por Nova York e se encontraram apenas nos bastidores da ONU, entre os discursos de ambos.
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