O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta sexta-feira que conversou com seu colega americano Barack Obama sobre a Síria, após a reunião de cúpula do G20, mas confirmou que o encontro não resolveu todas as diferenças em relação ao eventual conflito.
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– Foi uma conversa construtiva, significativa e cordial, mas cada um de nós manteve a própria opinião – disse Putin aos jornalistas, informando que o encontro durou de 20 a 30 minutos.
-Houve diálogo, nós ouvimos um ao outro e entendemos os argumentos – afirmou Putin.
– Ele (Obama) não concorda com os meus argumentos, e eu não concordo com os dele – disse.
Seu principal assessor de política externa, Yury Ushakov, também confirmou que as “contradições permamecem” após a conversa.
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Putin disse que a maioria dos países do G20 apoiava sua posição.
– Você diz que as opiniões estavam bastante divididas, o que não está correto – argumentou Putin em resposta à pergunta de um jornalista, listando apenas os Estados Unidos, a Turquia, o Canadá, a Arábia Saudita e a França como os países que apoiam uma intervenção militar.
Ele acrescentou que a chanceler alemã, Angela Merkel, continua “cautelosa” e, apesar de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, apoiar o ataque, isso não representa a “vontade do povo”, já que o Parlamento rejeitou intervenção.
Enquanto isso, a China, a Índia, a Indonésia, a Argentina, o Brasil, a África do Sul e a Itália se posicionaram “contra a ação militar”, revelou.
Mesmo nos países que apoiam os ataques, “a maioria da população está do nosso lado”, afirmou.
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– Só se pode usar a força contra um Estado soberano em autodefesa, e a Síria não está atacando os Estados Unidos – opinou Putin, defendendo que tal ação só poderia ser aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU.
– Como um dos participantes disse ontem, aqueles que fazem algo diferente disso ultrapassam os limites da lei.