O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje que a missão dos soldados americanos no Afeganistão será difícil, mas considerou que há uma “luz no fim do túnel”. Ele discursou diante de militares, durante uma visita surpresa ao país.
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– Haverá tristeza, dores e dificuldades no futuro, mas há uma luz no fim do túnel graças aos sacrifícios que vocês fizeram – disse Obama.
O presidente dos EUA afirmou ainda que o objetivo de derrotar a Al-Qaeda está agora “ao nosso alcance”, mais de uma década depois dos atentados de 11 de setembro. Ele também fez um novo apelo aos insurgentes do talibã para que rompam com a rede terrorista, responsável pelos ataques contra os Estados Unidos em 2001, e pediu avanços em conversas de reconciliação.
Mas, além dos soldados, Obama tentou dirigir-se sobretudo a seus compatriotas quase 11 anos depois de os Estados Unidos invadirem o Afeganistão após o 11 de setembro, e derrubar o regime dos talibãs que deram apoio à Al-Qaeda e seu líder, Osama bin Laden.
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– Reconheço que muitos americanos estão fartos da guerra. Como presidente, nada é mais pungente do que assinar uma carta a uma família (de soldado morto) e olhar nos olhos de uma criança que crescerá sem mãe ou sem pai. Não deixarei os americanos em perigo nem um dia além do absolutamente necessário para nossa segurança nacional. Mas devemos colocar fim a esta guerra de forma responsável.
Um acordo estratégico assinado por Obama e por Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, na noite desta terça-feira, prevê a possibilidade de que soldados americanos permaneçam em território afegão depois da retirada das forças de combate em 2014, segundo a Casa Branca. Esse acordo não contempla bases militares permanentes no Afeganistão, mas o país se compromete a dar “acesso e a permitir que forças americanas atuem até 2014 e depois desta data”.
Segundo a mesma fonte “os Estados Unidos nomearão o Afeganistão como aliado maior não-membro da OTAN”, um status já concedido a países como Bahrein.
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A visita de Obama coincide com o primeiro aniversário da morte de Osama bin Laden, cuja presença nesse país justificou a invasão americana em outubro de 2001, um mês depois dos atentados de 11 de setembro.
O presidente americano saiu em segredo de Washington na madrugada de terça-feira e aterrissou na base militar de Bagram, a 50 quilômetros de Cabul. Obama usou um helicóptero para ir ao palácio presidencial na capital afegã, pouco depois das 23h locais.