Os Estados Unidos estão prontos para uma intervenção militar na Síria, declarou neste sábado o presidente norte-americano Barack Obama, em pronunciamento na Casa Branca. Obama ressaltou, porém, que vai pedir o aval do Congresso americano, que está em recesso até 9 de setembro.
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O presidente disse que não espera a concordância de todos os países com a ação militar na Síria, mas pediu que aqueles que estiverem de acordo declarem isso publicamente. Ele afirmou que tomará a decisão mesmo sem aprovação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Segundo o chefe do governo americano, o governo sírio cometeu violência contra a dignidade humana e fere a segurança dos Estados Unidos, uma vez que pode estimular o uso de armas químicas e proliferação de grupos terroristas.
Obama reforçou que considera o governo sírio responsável pelo ataque ao próprio povo. Ele destacou que os Estados Unidos têm de que agir diante desse ato na Síria, que, conforme relatos de serviços secretos americanos, provocou a morte de mais de mil pessoas, entre elas crianças.
A oposição e países ocidentais acusam o regime de Bashar Al Assad de ter usado gás tóxico no ataque do dia 21 deste mês, nos arredores de Damasco, capital síria. O governo sírio rejeita as acusações e atribui a responsabilidade pelo ataque aos rebeldes.
O conflito na Síria já fez, desde março de 2011, mais de 100 mil mortos e levou o país a ser suspenso dos trabalhos da Liga Árabe.
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Com um relatório de inteligência de quatro páginas em mãos e antes de os especialistas em arma químicas da ONU voltarem do trabalho de campo na Síria, o secretário de Estado, John Kerry, disse saber o horário e o local de onde partiram os ataques e descreveu as movimentações de aliados de Al-Assad. Responsabilizou o regime pelo uso de armas químicas – um crime de guerra – e contabilizou os mortos: 1.429, sendo 426 crianças, um número maior do que havia sido estimado por ativistas sírios.
Ao pedir apoio a uma ação rápida e que não envolveria tropas terrestres, Kerry demonstrou que a Síria agora representa risco para os EUA.
– Isso importa além das fronteiras da Síria. É sobre se o Irã se sentirá confiante, na ausência de ação, para obter armas nucleares. É sobre o Hezbollah, a Coreia do Norte e todos os grupos terroristas ou ditadores que podem contemplar o uso de armas de destruição em massa – justificou.
Estados Unidos e França deixaram escapar detalhes de como seria a ação – de dois ou três dias, sem invasão terrestre e que tampouco derrubaria Al-Assad -, mas com pouca clareza de onde querem chegar, conforme reclamam congressistas republicanos.
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Inspetores das Nações Unidas encarregados de examinar o local supostamente alvo de armas químicas na Síria chegaram no sábado a Beirute, capital do Líbano. A representante da ONU para o desarmamento, Angela Kane, deve informar o resultado da missão ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em Nova York.
Nações divididas
Como pensam os países sobre o iminente ataque
– Unasul – Condenou “intervenções externas”.
– Brasil – Contrário à intervenção.
– Grã-Bretanha – Uma moção do governo a favor de ação militar na Síria foi rejeitada pelos membros do parlamento.
– França – Prepara-se para dar seguimento a uma intervenção militar.
– Austrália – Disposta a participar da ofensiva.
– Turquia – Apoia a ofensiva.
– Arábia Saudita e o Golfo – São os maiores financiadores das forças rebeldes. Pedem ações contra Al-Assad.
– Irã e líbano – Rejeitam a ofensiva
– Rússia – Defende solução política. É contra ações sem o aval da ONU.
– China – Contra a ofensiva, juntando-se à Rússia na ONU.