As declarações do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP), que se referiu a índios, quilombolas e homossexuais como “tudo que não presta”, provocaram novas reações nesta quinta-feira.

Continua depois da publicidade

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia, em parceria com a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara, marcou um debate público sobre o caso para a próxima segunda-feira.

Saiba mais

> Ministra Maria do Rosário condena discurso de Luis Carlos Heinze

> “Mantenho o que disse”, afirma deputado Luis Carlos Heinze em entrevista

Continua depois da publicidade

> Direção do PP repudia discurso de deputado

> Em vídeo, deputado federal gaúcho diz que índios, quilombolas e homossexuais são “tudo o que não presta”

A polêmica teve início com a divulgação de um vídeo no YouTube, no qual Heinze aparece discursando contra a demarcação de terras indígenas em uma audiência pública em Vicente Dutra, no norte do Estado.

No discurso, o parlamentar sugere a contratação de segurança privada para manter a posse das terras. Ele também critica o governo federal por “aninhar” as minorias e insulta gays, lésbicas, indígenas e quilombolas.

O teor da manifestação levou o presidente da comissão, deputado estadual Jeferson Fernandes (PT), a convocar a reunião, marcada para as 18h de segunda-feira, no Plenarinho da Assembleia. A intenção é ouvir entidades ligadas à defesa desses grupos e reforçar a luta contra o preconceito. Fernandes também decidiu encaminhar uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo providências.

Continua depois da publicidade

– É inadmissível o que aconteceu. Nem o deputado Marco Feliciano, reconhecido pela posição homofóbica, se expressou dessa forma – diz Fernandes.

A postura de Heinze em relação às minorias também levou a Ordem dos Advogados do Brasil no Estado a publicar uma nota de repúdio.

– Somos absolutamente contrários a qualquer forma de preconceito – destacou o presidente da entidade, Marcelo Bertoluci.

Em seu perfil no Facebook, Heinze voltou a se pronunciar sobre o episódio e a defender uma solução para “as desenfreadas demarcações de terras indígenas”. Ele negou ter insultado o “ser humano, as suas crenças, cor ou opção sexual” e disse que jamais passou por sua cabeça “ofender qualquer pessoa”.

Continua depois da publicidade

Fez questão de esclarecer que não se referiu “a negros”, aos quais diz ter total respeito, “mas a alguns movimentos quilombolas que não têm o apoio dos próprios negros”, e destacou que suas palavras se dirigiram “aos movimentos que colocam em risco à segurança pública e à própria estabilidade do país”.

Assista ao vídeo