O vídeo com declarações polêmicas do deputado federal gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) causou reações no Palácio do Planalto.
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Por meio de sua assessoria de imprensa, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, declarou que “a incitação ao ódio deve ser rejeitada pela sociedade, pois dela resulta, exclusivamente, a violência”.
Ela também afirmou que “o respeito à dignidade humana é um princípio constitucional com o qual todas as autoridades públicas assumem compromisso no Brasil”.
Assista ao vídeo:
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A gravação foi feita em novembro do ano passado, mas só veio a público na quarta-feira, ao ser postada no YouTube em uma versão editada, por um perfil identificado como “Sepé Tiaraju”. Nas imagens, Heinze e o deputado federal Alceu Moreira (PMDB) aparecem falando no salão paroquial do município, em uma audiência da Comissão de Agricultura da Câmara.
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Diante do público, formado em sua maioria por pequenos agricultores, Heinze sugeriu a contratação de segurança privada para manter a posse das terras. Em outro momento, insultou não apenas índios e negros, mas também gays e lésbicas.
Moreira foi menos radical, mas também orientou os produtores rurais a se “fardarem de guerreiros” para se proteger. Como Heinze, foi aplaudido.
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Assim que caiu na internet, o vídeo teve repercussão imediata. Em seu site, o Greenpeace Brasil criticou os parlamentares.
Deputados da base do governo Dilma, como Manuela D’Ávila (PC do B), Elvino Bohn Gass (PT) e Henrique Fontana (PT) também questionaram os colegas, especialmente Heinze.
– A julgar pelo que se vê no vídeo, Jair Bolsonaro não é o único do PP que prega o ódio contra negros, índios e homossexuais – afirmou Bohn Gass.
Heinze não voltou atrás no posicionamento (leia a entrevista ao lado). Moreira manteve o discurso, mas fez uma ressalva:
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– Em nenhum momento eu incitei a violência. Eu disse para que as pessoas se unissem para protestar.
No fim da tarde de ontem, o caso já havia chegado ao conhecimento do presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar Júnior (PSD-SP). Segundo ele, a instauração de um processo disciplinar ainda dependia de representação.