Era fim da tarde de sábado quando uma moto aquática, que estaria em alta velocidade, atingiu um barco de madeira na região do Canto dos Araçás, na Lagoa da Conceição. Dois passageiros ficaram gravemente feridos – já o condutor da moto fugiu sem prestar socorro.
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Condutor de moto aquática foge após atingir barco na Lagoa da Conceição
No barco estava a família de Rodolfo Ramos, que fez um relato emocionante ao comentar a notícia publicada pelo Diário Catarinense em sua página do Facebook.
A Capitania dos Portos passou o domingo com duas equipes no local, buscando informações sobre o condutor (que até o fechamento da edição não havia sido localizado).
Um inquérito administrativo foi aberto para apurar as causas do acidente e, como envolveu lesão corporal, um outro foi instaurado pela polícia Civil.
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Confira o relato de Rodolfo Ramos:
“No dia 18 de janeiro de 2014 vivenciei como a vida é frágil e como tudo pode acabar em um instante. Fui testemunha da capacidade humana, tanto para a irresponsabilidade e estupidez, quanto para a bondade e solidariedade.
O dia começou lindo, nenhuma nuvem no céu e o encontro marcado entre a família na casa de um parente na Costa da Lagoa. O dia prometia. Saímos de casa eu, minha esposa e nossa fiel companheira, a yorkshire Tequila. Nos encontramos com a minha mãe e fomos rumo ao Canto dos Araçás, na Lagoa da Conceição, Florianópolis.
Lá encontraríamos o restante da família: a vovó, três tios, duas tias e um primo. Que maravilha! Com a correria do dia a dia nem sempre conseguimos nos reunir para celebrar a vida! Muita diversão, conversa fiada, piadas e um almoço delicioso… O dia perfeito.
Voltando para casa acontece a tragédia. Um jovem irresponsável e criminoso pilotando um jet ski simplesmente atropela nossa bateira. Por trás e em alta velocidade ele nos acerta. Com o impacto da batida, todos que estavam na parte traseira da bateira são arremessados para frente.
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O jet ski lançou voo sobre nossas cabeças e feriu gravemente nossa tripulação. À minha frente, minha mãe estava deitada e muito ferida. Quando me ajoelhei para vê-la, percebi o sangue se esvaindo da nuca e o rosto pálido de dor. Meu mundo caiu. O desespero me atropelou como uma locomotiva. Ao lado, minhas tias estavam igualmente feridas.
Minha avó, de 82 anos, estava à beira de um colapso nervoso. Aos prantos, minha esposa acionou o Corpo de bombeiros. Chegamos ao ponto do Canto dos Araçás e recebemos da comunidade local emocionante solidariedade.
O trabalho do Corpo de bombeiros e SAMU foi excepcional! Nos dirigimos ao Hospital Celso Ramos e graças ao atendimento desses excelentes profissionais, minha família está lentamente se recuperando.
O trauma psicológico desse “acidente”, que mais parece com uma tentativa de homicídio, causado pela imprudência, irresponsabilidade e estupidez de um indivíduo que fugiu do local irá nos acompanhar pelo resto de nossas vidas. A vida é frágil e passageira. Depois de tudo isso, aprendi que nada mais tem importância, a não ser quem se ama.”
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