Com o início do governo Michel Temer, não apenas existe uma percepção de que o País ao menos retornará a caminhar nos trilhos, mas os indicadores de confiança já timidamente apontam um pessimismo menor, muitos deles puxados pela melhora na expectativa.
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Mesmo com o governo em seu começo, já é possível identificar importantes mudanças na condução da Nação. Com a proposição de medidas que visam a ajustar a parte de gastos estruturais, como o teto de gastos e a reforma da Previdência e, diferentemente do que ocorreu no governo passado, elas estão sendo debatidas antes de chegarem ao Congresso. Temer reconhecendo erros e voltando atrás também sinaliza uma diferença importante em relação a Dilma Rousseff.
Mesmo com a troca de governo, ainda temos a Operação Lava-jato em curso, já impactando Temer, que teve dois ministros afastados. A atividade econômica ainda demorará para reagir, e o novo presidente do Banco Central, Illan Goldfajn, assume o posto pressionado a cortar juros, mesmo que a inflação deva estourar o teto da meta em 2016.
Ao contrário da política doméstica, a externa começa a sair da zona de conforto, principalmente pela ascensão de Donald Trump como candidato republicano para a Presidência dos Estados Unidos, que terá a votação em novembro. Sua postura polêmica parece não ser impedimento para que ele inclusive ultrapasse Hillary Clinton nas pesquisas mais recentes.
Uma das consequências que Trump pode causar é a piora das expectativas, travando investimentos e impactando o crescimento americano de 2017.
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Por fim, destacamos o referendo do Reino Unido, do dia 23 de junho, como grande evento do mês. Pesquisas mais recentes voltam a mostrar mais pessoas dispostas a votar pela saída do bloco, mas existe a tendência de que pessoas indecisas acabem optando por uma postura mais conservadora na última hora, que seria permanecer no bloco.
De qualquer forma, é esperado um período de instabilidade nos mercados conforme a data se aproxime.
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