A concessão de liberdade provisória do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que estava preso na Itália por ter falsificado a documentação para fugir do Brasil e ir para a Itália, foi um dos assuntos mais comentados em Concórdia, onde ele nasceu, na manhã desta quarta-feira. Nas padarias, mercados e em rodas de conversa o concordiense era um dos temas favoritos.

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Condenado a mais de 12 anos de prisão no Brasil como um dos integrantes do esquema de desvio de recursos denominado Mensalão, Pizzolatto utilizou a identidade do irmão Celso Pizzolatto, que morreu em 1978 num acidente no Paraná, para deixar o país.

Na Itália acabou preso por falsidade ideológica. A Justiça Italiana concedeu liberdade provisória na terça-feira e negou o pedido de extradição para o Brasil.

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O pai de Henrique, Pedro Pizzolatto, mantém a resolução de não falar com a imprensa desde que o filho foi preso:

– Desculpe, mas não falei e não vou falar – disse, na porta de seu apartamento, quando foi procurado pela reportagem do Diário Catarinense. Ele estava terminando de fazer a barba, com o auxílio da atual esposa, Iraci.

De forma muito educada disse que entende a profissão de jornalista mas que não quer falar do assunto. Afirmou que o porteiro do prédio é novo e por isso acabou deixando entrar, pois a orientação é não receber os repórteres que o procuram frequentemente.

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Pedro disse para procurar outras pessoas para falar do caso: – Sou velhinho e tem outros parentes – despediu-se.

De acordo com amigos e parentes Pedro, que já tem 85 anos, ficou muito abatido após a prisão do filho. Mesmo assim continua frequentando o Clube de Veteranos de Concórdia, onde é secretário. Nos finais de semana vai para a chácara que tem na comunidade de Engenho Velho.

Uma das tias de Henrique, Mercedes Nespolo, que mora em Engenho Velho, disse que procura evitar conversar sobre o sobrinho.

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– O Pedro está muito abatido, enquanto o Henrique estava com ele sempre foi bom, mas depois a gente não sabe o que aconteceu – disse.

Mercedes ficou acordada até 1h30 para ver o noticiário sobre o sobrinho, que não vê há seis anos: – Quando vi na televisão nem parecia o Henrique, ele envelheceu bastante – comentou.

A tia lembra que o sobrinho, quando era jovem, às vezes ficava bravo e até mordia a língua: – A gente não esperava por isso – declara.

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Sobre a soltura dele na Itália, Mercedes disse não saber se estava feliz ou não: – nem sei o que dizer, só acho que o que ele fez não foi certo.

Ela afirmou que duas irmãs de Henrique foram visitá-lo na Itália. E que ele mandou uma carta para o pai. Foi o único contato direto que Pedro conseguiu com o filho, que não pode voltar ao País.

Pedro, pela idade, dificilmente vai para Itália. E a tia, Mercedes, aguarda mais notícias para ver o que vai acontecer com o sobrinho que ela viu crescer.

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