Se a projeção da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado for confirmada e 80 mil argentinos tomarem conta de Porto Alegre na próxima quarta-feira, o Beira-Rio e a fan fest ficarão pequenos para dar conta da massa azul e branca que percorre o Brasil atrás da seleção de Messi. Por isso, uma medida é estudada e deve ser anunciada nesta segunda-feira: a instalação de um telão fora da fan fest, em uma área que hoje serve de estacionamento, para o jogo contra a Nigéria, às 13h.

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– O local está sendo vistoriado hoje, bem em frente à Rótula das Cuias, para um overview. É uma alternativa para quem não conseguir entrar na fan fest. Há um problema de delay, já que o sinal seria da TV a cabo e demoraria cerca de 4 segundos. Mesmo não sendo o ideal, as pessoas não ficarão sem assistir à partida – afirma Ana Fagundes, coordenadora da fan fest.

De acordo com a Brigada Militar, somente 18 mil argentinos têm ingressos para o jogo. A capacidade da fan fest não ultrapassa 20 mil pessoas. Com isso, mais de 40 mil estariam circulando atrás de um lugar para ver a partida. A alternativa de um novo telão depende também das condições climáticas, pois, se chover, a área na beira do Guaíba pode se transformar em um lamaçal e afugentar os hermanos.

– Muitos argentinos estão acampados no Parque Harmonia e dormindo dentro dos próprios carros. Os que vieram em trailers e motor-homes são colocados em um areião entre a Avenida Beira-Rio e o parque. É uma estrada longa e eles podem ficar lá – explica o titular da Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo em Porto Alegre, João Bosco Vaz.

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Cidade Baixa será o principal destino dos hermanos

Com mais de 200 estabelecimentos comerciais, entre restaurantes, bares e pequenas lancherias, o bairro Cidade Baixa é o destino da grande maioria de torcedores que não vão aos jogos ou à fan fest. Na partida da Holanda e Austrália, por exemplo, a festa seguiu até a madrugada e houve confraternização com brasileiros e outros estrangeiros.

Em se tratando de argentinos, porém, comerciantes temem confusões por causa da rivalidade histórica com o Brasil. Desde o fim de semana, a orientação é para que não sejam vendidas garrafas e materiais cortantes. Outra preocupação é a falta de espaço: o bairro comporta, no máximo, 20 mil pessoas.

– O pessoal ficará no meio da rua, trancará esquinas, vai ser uma grande muvuca. Eu já contratei seguranças para o meu bar, mas contamos com o apoio da Brigada Militar – alerta Moacir Biasibetti, presidente da Associação dos Comerciantes da Cidade Baixa.

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Alguns donos de estabelecimentos estão temerosos também com a possibilidade de protesto ou arrastões. Por isso, estudam fechar os estabelecimentos durante a partida.

– Ainda não tomamos a decisão se iremos abrir ou não na hora do jogo, vamos decidir até a manhã de terça-feira. O meu medo não são os meus clientes argentinos, mas a possibilidade de manifestantes se aproveitarem e fazerem um quebra-quebra – comenta o dono do restaurante Aurea, Claudir Staricoff.

Um dos sócios do Hostel Casa Azul, que tem 46 leitos e 90% de ocupação argentina, não definiu se funcionará às 13h de quarta-feira:

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– A equação é simples: para abrir o bar na hora do jogo, eu preciso pedir para os funcionários começarem a trabalhar ao meio-dia, o que implica custo. Vou colocar na balança o aumento de custo, o lucro que posso ter e o risco que corro com a possibilidade de acontecer um problema de segurança. Daí, vou decidir – afirma Rafael Favero.