A rua Nove de Março vai passar por mudanças no trânsito até o final de maio, com a implantação de um corredor de ônibus entre a rua Doutor João Colin e o terminal central. Com a alteração, os motoristas também sofrerão impacto porque haverá apenas uma faixa para os veículos circularem em um trecho da via, o que exigirá o uso de outras ruas para acessar a região central. Segundo a Prefeitura, o novo corredor começará a funcionar dentro de 45 dias.

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O novo corredor terá duas faixas para o transporte coletivo. Os ônibus que saem do terminal e precisam se deslocar para o terminal Norte ou estações da zona Sul poderão usar a rua Nove de Março até o cruzamento com as ruas João Colin e Juscelino Kubitschek.

Hoje, eles precisam passar pelas ruas centrais, como Dona Francisca e Princesa Isabel (em direção ao Norte), e travessa Doutor Norberto Bachmann, Jerônimo Coelho, do Príncipe e Jacob Richlin (em direção ao Sul).

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Segundo o secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Sepud), Danilo Conti, um ônibus leva 15 minutos do terminal central até a avenida JK e mais 17 minutos até o terminal Vera Cruz. Com a mudança, ele garante que os mesmos deslocamentos serão feitos em um minuto.

— O usuário do transporte coletivo gasta 50% a menos de tempo de deslocamento do Centro até o Sul ou o Norte. Além do custo do transporte, que também pode ser reduzido porque o deslocamento e o consumo de combustível são menores — diz.

Os veículos não poderão mais seguir reto na rua Nove de Março para acessar a Prefeitura e a avenida Procópio Gomes. A única faixa destinada a eles no trecho que sofrerá mudanças vai terminar na esquina com a rua São Joaquim. Ou seja, os motoristas poderão virar à direita nas ruas Comandante Eugênio Lepper ou São Joaquim para acessar a rua Engenheiro Niemeyer. Outra mudança será na travessa Doutor Norberto Bachmann, que terá o sentido invertido.

Nova versão do projeto após alterações

O projeto para o corredor de ônibus da rua Nove de Março inclui a revitalização do passeio público e melhorias no contorno da Biblioteca Pública Municipal, em uma obra realizada pelo governo do Estado no valor de R$ 1,3 milhão.

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Segundo o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), a proposta precisou de muitas alterações em razão das exigências do Plano de Mobilidade da Prefeitura, o que inviabilizou um termo aditivo e obrigou o cancelamento do contrato com a empreiteira.

Segundo Danilo Conti, a Prefeitura vai enviar o projeto executivo para o Estado e a previsão para a publicação do edital de licitação é para o próximo dia 22. O município entende que o processo vai demorar muito e decidiu implantar uma nova versão do corredor. O secretário explica que serão instalados semáforos doados por empresas, serão realizadas as pinturas na pavimentação e a ampliação da pista de rolamento.

CDL quer ampliar discussão

Para o vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville, José Manoel Ramos, a implantação do corredor de ônibus na rua Nove de Março é um assunto polêmico, pois mexe com uma questão que considera histórica da cidade: o fluxo do trânsito em uma rua centenária que tem um espírito comercial.

Do ponto de vista técnico, ele afirma que a mudança é uma solução para o trânsito e para a mobilidade urbana, em especial para o transporte coletivo. Por outro, do ponto de vista comercial, vê a alteração com cautela e incerteza.

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— O Centro de Joinville passa por um processo de desertificação. A partir das 18 horas, muda o público da cidade, saindo as pessoas que trabalham e entrando os moradores de rua e usuários de drogas. Meu medo é que isso acelere ainda mais — opina.

De acordo com Ramos, os comerciantes locais não são favoráveis ao novo corredor porque temem perder parte dos clientes. O pedido da CDL é para que o debate seja aprofundado e se encontre soluções alternativas para resolver o problema do trânsito na região central. José Ramos lembra ainda que os comerciantes já estão sofrendo com a falta do estacionamento rotativo e não podem ser esquecidos nesse momento.

O secretário Danilo Conti explica que os técnicos da Sepud realizaram uma pesquisa para identificar quem circula pelo Centro de Joinville. Os dados mostraram que 60,1% das pessoas que estão na região usam o ônibus e 28,8% utilizam o automóvel. Os resultados também revelaram que 21,4% estão no Centro para trabalhar, 16,4% para fazer compras e 14,3% usam os serviços bancários.

— Daquelas pessoas que vêm comprar, 54% usam o ônibus. Em tese, o corredor vai ajudar o comércio do Centro — defende.

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Conti também afirma que a pesquisa perguntou qual é a impressão sobre a implantação de um corredor de ônibus na rua Nove de Março. Segundo ele, 81% das respostas tiveram uma perspectiva positiva, 8% se mostraram contrários e 11% se posicionaram de forma neutra.