Duas semanas depois de fazer uma denúncia de aposentados por invalidez no Congresso Nacional, o Fantástico trouxe mais um caso de ex-deputado que recebe o benefício e concilia com outras atividades.
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Vicente André Gomes (PSB) foi eleito deputado federal e conseguiu a aposentadoria por invalidez em 1999, por doença grave do coração, e recebe da Câmara Federal cerca de R$ 26 mil. Mesmo sendo inválido, ele concorreu a prefeito na cidade de Recife e depois a vereador. Gomes foi eleito para o Legislativo municipal e atualmente é presidente da Câmara dos Vereadores da capital cearense. Além disso, o parlamentar trabalha como médico.
Em 2001, a própria Câmara dos Deputados começou uma investigação para cancelar a aposentadoria por invalidez do político, mas por recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), o parlamento manteve o benefício.
Procurado pelo Fantástico, Gomes disse que para fazer viagens longas, que seriam necessárias caso trabalhasse em Brasília, “se sente um deficiente”. Ele diz ainda que optou por não receber o salário de vereador, de cerca de R$ 14 mil. Uma especialista em Direito Previdenciário ouvida pelo Fantástico avaliou que a atividade que o ex-deputado exerce atualmente é incompatível com a aposentadoria por invalidez.
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O programa mostrou ainda os casos dos três servidores denunciados há duas semanas. O Senado determinou a revisão de todos os aposentados por invalidez da Casa, entre eles Dante Ribeiro e Alfredo Quintas, citados na reportagem. A Câmara abriu investigação da aposentadoria de Francisco Gonçalvez, que também foi mostrado pela televisão.
Em Santa Catarina, as denúncias de irregularidades em aposentadorias por invalidez também foram alvo de reportagens. Casos suspeitos da Assembleia Legislativa foram mostrados pelo Diário Catarinense e pela RBS TV em uma série que começou a ser veiculada em 2011. O Instituto de Previdência do Estado (Iprev) analisou 201 aposentados por invalidez do Parlamento e concluiu que 59 tinham irregularidades. Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.