Às 18h30 desta sexta-feira, ocorre uma despedida que vai deixar saudades nos telespectadores brasileiros. A novela Além do Tempo chega ao último capítulo, com a honrosa definição de melhor novela dos últimos tempos – atribuição dada pelo próprio público. Em Santa Catarina, não é diferente. De acordo com dados do Ibope, a média de audiência da novela por aqui está em 31,6 pontos, a maior do horário desde 2011, quando a fábula Cordel Encantado (outro sucesso das seis, com Cauã Reymond como protagonista) teve 34,6 pontos.

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Além do Tempo: o que é ficção e o que é real segundo a doutrina espírita

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Isso significa que Além do Tempo bateu suas oito antecessoras: Sete Vidas, Boogie Oogie, Meu Pedacinho de Chão, Joia Rara, Flor do Caribe, Lado a Lado, Amor Eterno Amor e A Vida da Gente. E como a saga que trata de reencarnação e vidas passadas chegou a este sucesso? O público tem se mostrado cansado de roteiros urbanos, recheados de violência, traições, corrupção e promiscuidade. A fórmula Avenida Brasil parece ter ficado pra trás, basta ver a dificuldade de pegar de A Regra do Jogo e sua antecessora Babilônia. A realidade é melhor que fique no cotidiano. Para a ficção, vamos sonhar com belas paisagens, relacionamentos sinceros, trocas de amor, companheirismo, alegria, natureza farta… Sejamos retrô, saudosos de um tempo em que o mundo era melhor.

Além do Tempo tem tudo isso, além de trazer à tona de uma maneira bem honesta (guardadas algumas adaptações inerentes à ficção) as crenças do espiritismo, cujo objetivo das pessoas é evoluir a cada reencarnação. Assim o personagem Bento (Luiz Carlos Vasconcelos), que na vida passada era um capanga mau; na segunda fase da novela, começou torto, mas se redimiu e terá um final feliz nesta sexta – ao lado do seu amor Rosa (interpretada pela catarinense Carolina Kasting), com quem ele não pôde ficar na primeira fase.

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Também é assim com Vitória e Emília, personagens interpretadas com maestria por duas grandes damas da nossa teledramaturgia: Irene Ravache e Ana Beatriz Nogueira. Como não se emocionar com a cena que encerrou o capítulo de quarta-feira, quando Emília acorda do coma e se concilia com a mãe Vitória? Além do Tempo é, acima de tudo, otimista – uma inspiração para as relações distorcidas e superficiais da contemporaneidade.

Aliás, outro acerto do folhetim é o elenco. Grandes feras da TV, em uma química difícil de ver, nos fizeram rir e chorar, com técnicas de gravação que priorizaram a expressão das emoções (repararam que o close nos rostos dos atores e a troca de olhares,de maneira lenta, foi uma constante na novela?). Que tal o núcleo Máximo (Luis Melo), Salomé (Inês Peixoto) e a pequena Felícia (Mel Maia)? Julia Lemmertz como Dorô esteve impagável. Paolla Oliveira mandou muito bem, interpretando a mulher trocada, cega de ciúme, louca de amor… A trama também marcou a volta da carismática Alinne Moraes, que por conta do primeiro filho não fazia TV desde 2011.

Em 26 de outubro, no comecinho da segunda fase da novela, Além do Tempo teve uma marca histórica em Santa Catarina: registrou 39,6 pontos de audiência e 62,7% de share (traduzindo: em média, 62,7% de todos os domicílios assistindo a um canal de televisão estavam sintonizados na novela). Dado digno de um grande sucesso das nove.

Não foram poucas as vezes em que os leitores do DC se manifestaram positivamente quando publicamos uma matéria sobre Além do Tempo: “melhor novela de todos os tempos”, “amo esta novela”, “não posso perder hoje”, “linda novela”. “Que venha uma terceira fase!”

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*editora de Entretenimento do DC