Marcos Cordeiro é um dos líderes que puxava gritos de ordem contra o prefeito Gean Loureiro no carro de som durante o protesto desta terça-feira. Ele pertence ao comando de greve do Sintrasem e acredita que a paralisação não vá terminar sem a revogação da lei que altera o estatuto dos servidores. Para o servidor, a população está a favor do movimento.
Continua depois da publicidade
Qual a orientação para os pais com relação às aulas que devem começar nesta quarta?
A orientação é levar os seus filhos para a Secretaria de Educação. Ligar para os setores responsáveis pelas matrículas, porque as aulas não têm condições de começar, tanto porque estamos em greve quanto pela falta de material pedagógico, material de limpeza e a manutenção predial. Hoje (terça) fizemos uma reunião na quadra da escola Donícia Maria da Costa, no Saco Grande. Nós tínhamos umas 500 famílias do nasso lado, então só lá estamos com apoio da comunidade da escola e de mais três cheches da região.
O prefeito diz que a hipótese de revogar as leis aprovadas na Câmara é zero.
Continua depois da publicidade
A direção do sindicato quer negociar a partir do momento em que forem revogadas essas leis. Discutir um novo plano de carreira para o quadro civil? Nossa categoria é contra essa lógica. Nós queremos a manutenção do plano que já existe. Queremos que o prefeito abra as contas públicas, que faça uma auditoria nas contas do município. Que eles cobrem dos grandes devedores. Que se disponha a sentar com os trabalhadores fazendo audiências públicas. Não estamos nos negando ao diálogo. Só que em duas semanas o Gean aprova seus projetos, e agora o futuro de todos os servidores está em jogo.
O sindicato já teve um revez judicial e agora os servidores vão ter o ponto cortado.
O primeiro revez foi da ilegalidade. Agora o Gean, por decreto, está dizendo que os pontos serão cortados. Hoje (terça) foi a maior mobilização da história de Florianópolis. Essa judicialização só fez o nosso movimento aumentar. São 22 dias e ela está crescendo. Nós tivemos uma assembleia com 10 mil servidores, e lá a conclusão foi de que “hoje eu posso ter meu ponto cortado, desde que eu tenha meu futuro garantido”. Nós faremos a próxima assembleia na quinta-feira, e a greve deve continuar cada vez mais forte.
Gean Loureiro: “se eu revogar as leis, não terá dinheiro para os salários”