Milhares de servidores municipais de Florianópolis decidiram nesta terça-feira, por unanimidade em assembleia na Praça Tancredo Neves, manter a greve que já dura três semanas na cidade. A paralisação foi iniciada pelos trabalhadores como protesto contra o pacote de medidas que o prefeito Gean Loureiro enviou à Câmara que alterou direitos dos funcionários públicos.
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Entre 7 mil e 10 mil pessoas, segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintrasem), e 3,5 mil pessoas, conforme a Polícia Militar, participaram da assembleia. O encontro ganhou reforço nesta terça com os funcionários do magistério, que retornam das férias.
Além de manter a greve, os servidores confirmaram que não vão participar da comissão que deve discutir um novo plano de carreira dos funcionários. A exigência é que seja revogada a lei, sancionada após aprovação de projeto na Câmara, que suspendeu o plano de carreira existente até então.
Depois das discussões na praça, os servidores saíram em caminhada pela Avenida Mauro Ramos até a Avenida Beira-Mar Norte, por volta das 16h. Da Beira-Mar, foram até o Terminal de Integração do Centro (Ticen), provocando grande congestionamento nos dois sentidos da via. Às 18h, o movimento já tinha dispersado.
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— Não há condição nenhuma de começar o ano letivo sem discutir os ataques aos nossos direitos. Ao invés de cobrar no gabinete do prefeito, hoje mudamos a estratégia e estamos dialogando com a população para deixar claro que nossa luta é justa — disse o sindicalista Marcos Cordeiro, do comando de greve do Sintrasem.
Na quinta-feira, os servidores farão uma manifestação às 7h, em frente à Secretaria de Assistência Social, na Avenida Mauro Ramos, onde trabalha a primeira-dama Cintia de Queiroz Loureiro.
Com a greve mantida, o Sintrasem diz que o ano letivo da Capital não começará nesta quarta, como previsto. A prefeitura, no entanto, aposta que os profissionais do magistério comparecerão às unidades. Por meio de nota, a administração disse que “mantém a posição sobre a ilegalidade da greve” e chama a todos os servidores e professores da rede municipal a iniciarem o trabalho a partir de quarta. “A recomendação é que os pais levem os filhos para a escola normalmente, conclamando para que os professores, em especial, recebam seus alunos para o início do ano letivo de 2017”, encerra o texto.
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Em nota divulgada mais cedo, a prefeitura lamentou o descumprimento da ordem judicial para que os servidores voltassem ao trabalho e informou que a partir desta quarta inicia o desconto de salário para quem não comparecer ao local de serviço. Destacou, ainda, estar aberta ao diálogo, reafirmando que as medidas aprovadas pelos vereadores são fundamentais para o pagamento dos servidores durante todo o ano.
Confira como foi a assembleia e o protesto:
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