Em visita a Acij (Associação Empresarial de Joinville) na tarde desta segunda-feira, a ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, atribuiu ao que chamou de “obstrução dos trabalhos” o atraso nas obras da UFSC em Joinville.
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Ideli relembrou as dificuldades enfrentadas há sete anos para trazer o campus para o município e, no decorrer deste período, como a resistência em relação ao uso do terreno às margens da BR-101, ao curso de engenharia da mobilidade e também os questionamentos feitos pelo Ministério Público em relação a obra.
Para mostrar o quanto esses fatores influenciaram na morosidade da construção, Ideli comparou a obra do campus na cidade com a de Araranguá, no Sul do Estado, e Curitibanos, na Serra catarinense, onde já estão em fase final.
– Ao contrário do que a gente enfrentou em Curitibanos e Araranguá, onde tivemos uma somatória de esforços , aqui tivemos que remar contra a maré. Na realidade nós perdemos tempo aqui em Joinville, poderíamos estar muito mais avançados – afirmou em entrevista coletiva no fim da tarde desta segunda.
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Apesar de reconhecer que hoje não consegue mais acompanhar com intensidade as demandas de Santa Catarina em relação ao Governo Federal (Ideli saiu do Ministério das Relações Institucionais em abril para assumir a pasta dos Direitos Humanos) a ministra conversou por telefone com a vice-reitora do campus nesta segunda. Conforme Ideli, a razão dada pela vice-reitora para a obra estar praticamente parada desde o ano passado são as readequações que estão sendo feitas no projeto, que, anteriormente, previa um número maior de estudantes.
Neste momento, o prefeito Udo Döhler que também estava presente na coletiva demonstrou a insatisfação da Prefeitura quanto a lentidão e a mudança no projeto.
– Isso nos espanta. É difícil de compreender porque o projeto do campus passa por uma revisão sem que seja ouvida a Prefeitura e tenha se levado em conta a realidade local – disse o prefeito.
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Udo argumentou que a previsão de demanda de engenheiros para Joinville daqui a cinco anos é de 7.500 profissionais, sendo que hoje são formados apenas 1/5 disso. O prefeito também mencionou o pólo automobilístico que está se formando na região, com a General Motor já em funcionamento em Joinville e com a chegada da BMW em Araquari.
Após a coletiva, Ideli participou da reunião semanal da Acij. Na cerimônia a ministra recebeu um ofício em que a associação pede o apoio dela na aceleração das obras da UFSC e também a gestão independente da universidade em Joinville.
A ministra também aproveitou a visita para buscar incentivo da Acij para programas do Ministério dos Direitos Humanos, como a lei que permite que os contribuintes repassem até 3% do que devem de imposto de renda para fundos municipais, estaduais e nacional da criança e do adolescente. E as empresas até 1%.
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