No segundo dia da greve nacional dos petroleiros, o movimento ganhou força em Santa Catarina. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e de Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC), a adesão no Terminal de São Francisco do Sul (Tefran), que quinta-feira estava em 80% dos funcionários, subiu para 90% nesta sexta-feira. Nos terminais de Guaramirim, Itajaí e Biguaçu, que contabilizavam 90% dos trabalhadores de braços cruzados no primeiro dia de paralisação, o contingente já é “um pouco maior”, segundo os sindicalistas.
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Adriano Norberto Flores, dirigente do Sindipetro em Santa Catarina, projeta que até a próxima terça-feira, dia 22, a paralisação chegue a 100% dos profissionais do Estado, entre funcionários do setor operacional e do administrativo. Se isso acontecer, pode faltar combustível nos postos já na semana que vem.
Na manhã desta sexta-feira, trabalhadores fizeram um protesto em frente ao Tefran, em São Francisco do Sul. Munidos de faixas, reivindicaram melhores condições de trabalho e a suspensão do leilão do campo de Libra, mais importante descoberta de petróleo dos últimos anos, marcado para a próxima segunda-feira, dia 21. Durante cerca de meia hora, eles fecharam a rua Felipe Mussi e impediram que ônibus que transportam funcionários que não aderiram ao movimento entrassem no terminal.
O campo de Libra tem reservas entre 12 e 15 bilhões de barris, cujo patrimônio seria estimado em US$ 1,5 trilhão. Os trabalhadores são contra o que, na opinião deles, seria a “privatização do petróleo”. Além da suspensão do leilão, os petroleiros também cobram melhores condições de trabalho, principalmente em questões relacionadas à assistência médica e à segurança dos profissionais.
Reforço militar
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Diante do clima de tensão, o ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira que cerca de 700 militares atuarão no reforço da segurança do leilão da área de Libra, na camada do pré-sal, nesta segunda-feira. Segundo Amorim, entre os militares estarão oficiais do Exército e da Força Nacional e policiais militares.
Sobre a avaliação de risco à realização do leilão e de violência em protestos programados por movimentos sociais contrários à licitação, o ministro afirmou que “se não houvesse risco, não teriam nos chamado.”