Jadir Booz, 52 anos, ainda guarda o título de eleitor de papel emitido em 1981. Antes mesmo da primeira eleição presidencial direta, em 1989, ele já trabalhava no processo eleitoral voluntariamente e viveu mudanças como o início do voto facultativo para menores de 16 anos e maiores de 70 na década de 1980.

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Do voto em cédula de papel à urna eletrônica, o diretor da Escola Dom Pedro II testemunhou mudanças do sistema de votação e se orgulha em fazer parte do ciclo democrático que completa 25 anos e neste domingo elege o sétimo presidente do Brasil. Durante estes anos ele já foi mesário, presidente de mesa e hoje é diretor de prédio da escola onde trabalha. Ele encara a função com um sorriso no rosto:

– Tem muita gente que não gosta, mas o dia da eleição é a hora de reencontrar eleitores frequentes, rever alunos, conversar e relembrar histórias.

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Além dos reencontros, Booz também gosta de orientar os eleitores, tarefa que considera muito importante.

– É um compromisso que eu tenho prazer em cumprir. Do voto na cédula de papel, depois na urna e nos próximos anos com o sistema biométrico programado para estar em pleno funcionamento em 2018, eu me sinto parte desta evolução – conta.

Habituadas ao processo de votação, as mulheres da família Hofmann têm uma rotina regrada no dia das eleições. Eleitoras assíduas, não agendam viagens ou compromissos para o período. A mãe, Elisabeth Irma Hofmann, 80 anos, e as filhas Mariane, 57, Marina, 49, e Elisa, 52, não gostam de deixar o voto para a última hora e preferem ir cedo até a Escola Luiz Delfino, no Centro.

O voto de dona Elisabeth não é obrigatório há 10 anos, mas ela faz questão de exercer a cidadania e reencontrar eleitores, mesários e conhecidos no local da votação. Ela esteve presente nas urnas durante o período do voto indireto para eleger prefeitos e vereadores antes de 1989, viu o mandado presidencial ser reduzido de cinco para quatro anos e a reeleição liberada para os cargos de presidente, governador e prefeito na década de 1990.

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– Eu me intrometo mesmo, gosto de opinar sobre as decisões e me manifestar quando acho que algo está errado – observa a idosa.

Dentro de casa a família conversa constantemente sobre política e eleições, hábito incentivado pelo patriarca Curt Hofmann, que sempre trabalhou no dia da votação. No entanto, elas confessam que está cada dia mais difícil decidir em quem votar.

– Há muita gente e muitos partidos. Não conseguimos nem analisar as propostas de todos. Na hora acabamos optando por nomes conhecidos, que nem sempre são os melhores – confessa Mariane, receosa com as eleições deste ano.