Para tentar acalmar o momento turbulento que o Joinville atravessa, o presidente Nereu Martinelli não economizou nas explicações na tarde desta segunda-feira. Em uma conversa de 56 minutos com a imprensa, o dirigente falou sobre a crise esportiva que o clube atravessa.

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A semana começou movimentada no Tricolor, com a saída do técnico Adilson Batista, a chegada de PC Gusmão e a demissão dos responsáveis pelo departamento de futebol: César Sampaio e Léo Franco.

PC Gusmão chega a Joinville no fim da tarde desta segunda-feira e passa a treinar o JEC a partir desta terça. João Carlos Maringá, o novo superintendente de futebol do clube, assume o comando na quarta-feira. No domingo, às 16 horas, o time já enfrenta o Avaí tentando virar a página na competição.

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Confira os principais trechos da conversa com Nereu Martinelli:

Decepção generalizada

O Adilson ganhou mais pontos que o Hemerson, mas vamos ser sinceros. A gente esperava mais do Adilson, esperava mais dos atletas e esperava mais de todo mundo. É por isso que estamos mexendo. Perdemos pontos absurdos em casa: para a Ponte Preta, para o Atlético-PR e para o Flamengo, em uma situação em que o time estava mal.

Declaração polêmica

Antes de mais nada, eu quero explicar uma coisa. Quando eu disse que era mais fácil o presidente renunciar do que o Adilson Batista sair, isso significa que eu sou favorável à continuidade do trabalho. A Europa nos ensina isso todos os dias. O Sport, de Recife, é um exemplo. O Joinville foi um exemplo ano passado. E eu aprendi isso errando muito no passado, quando trocava quatro ou cinco treinadores a cada ano. Foi por isso que eu disse aquilo. Mas chega um momento que, embora você não queira, tem que tomar uma decisão.

Saída de César Sampaio e de Léo Franco

Eu chamei o Sampaio hoje (segunda-feira) pela manhã. Acho que existe uma coisa que temos que carregar em nossa vida que é gratidão. Não é porque o César Sampaio deixou o Joinville hoje que vamos responsabilizar ele e o Léo Franco por tudo o que aconteceu de errado. Eles são campeões brasileiros, nos ajudaram no ano passado, são pessoas de respeito e sérias. O projeto não caminhou do jeito que havíamos planejado.

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Chegada de João Carlos Maringá

Acabei de acertar com ele, foi ao meio-dia. É um ídolo da torcida do Joinville. Eu converso muito com o João Carlos Maringá, chegou o momento dele. Ele se preparou para isso. Ele não quis continuar na Chapecoense porque ele queria um desafio novo.Quarta-feira ele se apresenta e vai ser o novo superintendente de futebol.

Chegada de PC Gusmão

Fizemos uma reunião ontem (domingo), após o jogo. Discutimos alguns nomes e entendíamos que teríamos que trazer alguém com o perfil do atual momento ruim que o Joinville passa. Consultei alguns executivos que trabalharam com o PC Gusmão. Precisamos de alguém que some forças, que una o grupo e saiba trabalhar, além de ter algum currículo. Dos nomes disponíveis, até porque não existe treinador disponível no mercado, é o melhor. Não adiantava trazer alguém que já tinha passado por aqui. A gente precisava de um nome diferente. O PC treinou equipes grandes. É um momento que o Joinville precisa apostar e torcer para que dê certo. A partir de agora, a cobrança vai ser maior.

Chegada de Edigar Junio

Essa semana, saiu a notícia que o Edigar Junio ia para a Ponte Preta. Às vezes, é melhor ficar quieto e saber o momento certo de entrar em una negociação. Eu já havia recebido dez nãos. A conversa começou depois do jogo do Atlético-PR com o Avaí. Conversei com o Petraglia e o Edigar vai chegar na quinta-feira. Ele estava com o pé dentro da Ponte Preta. Era a última ficha da Série A que o Joinville podia queimar. Acho que a gente queimou bem. Foi um atleta que rendeu bem no ano passado, um jogador que a torcida admira muito. Ele gosta muito daqui e isso contribuiu. Vem emprestado até o fim do ano.

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Custo da rescisão com Adilson

O que a gente viu em Santos foi vergonhoso em todos os sentidos. É uma coisa que foge ao normal do Joinville. Foi por isso que a gente trocou. Eu respondo a um conselho fiscal e deliberativo. A ordem que eu tenho é de fazer uma gestão equilibrada. Em momento algum, e meu mandato está prestes a terminar, eu vou entregar um clube endividado. Depois do jogo contra o Santos, eu fui xingado de mercenário, de bandido. Se eu fosse dar bola para isso, não conseguiria trabalhar e pensar. O que me deixa chateado é quando xingam alguns diretores, que estão trabalhando pelo clube, deixando suas empresas de lado, sem receber um centavo. Mas podem ter certeza que o Joinville vai estar muito melhor no fim do ano do que quando começou.

Reformulação

Treinadores são todos iguais. Tem uns que se apaixonam por uns atletas, outros que se desapaixonam por outros. O Adilson gostava de trabalhar com 28 jogadores. Existem treinadores que gostam de 22. Existem os que gostam de 34. O PC vai receber um grupo pronto. Estou reintegrando amanhã (terça-feira) o Alef, o Dráusio e o William Henrique. A gente sabe que precisa de um volante. Agora, vamos deixar o treinador chegar e, junto com o Maringá, fazer uma avaliação do elenco.