Após o anúncio de que irá renunciar ao cargo de prefeito para participar das eleições de 2018, feito na tribuna da Câmara de Vereadores na tarde desta terça-feira, Napoleão Bernardes (PSDB) atendeu à imprensa e falou sobre a decisão de deixar o cargo. Disse que até o final de julho, quando as definições dos partidos serão oficializadas nas convenções, deve percorrer o Estado, deixou claro o desejo de concorrer a uma das duas vagas em disputa no Senado e reforçou o discurso de dar mais protagonismo à região de Blumenau. Confira abaixo:

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A possibilidade de concorrer ao governo do Estado ainda está aberta?

A tendência natural é que eu possa buscar uma vaga ao Senado da República. É o natural. São duas vagas. Blumenau tem um senador da República, Dalírio Beber, que não vai à reeleição. O PSDB tem dois senadores, Paulo Bauer e Dalírio Beber. Na hipótese do senador Paulo Bauer, que é o projeto natural, oficial do PSDB, é um grande quadro político, preparado, ir ao governo do Estado, o natural é que eu possa ser indicado a uma vaga do Senado para que eu possa contribuir para esse projeto coletivo, de Estado, de região, de Blumenau, somando no Senado da República a experiência municipalista. Nunca fui deputado nem senador, mas com a experiência de dois mandatos à frente da prefeitura de Blumenau, isso traz muito discernimento, muita robustez no sentido de lutar pelo melhor para que os municípios catarinenses possam prosperar o máximo possível.

É uma eleição em que todas as possibilidades estão abertas porque há um descompasso pela legislação entre a decisão de estar disponível, que é o meu caso, devo estar disponível até 7 de abril, para só no final de julho, início de agosto sair a confirmação de quais são as possibilidades. Uma curiosidade é que no Senado tem uma idade mínima para ser senador que é 35 anos, exatamente a minha idade. Ou seja, Santa Catarina também daria uma contribuição literal ao Brasil em termos de renovação no Senado. Pela minha formação jurídica, do Direito, experiência de prefeito, de professor na área jurídica, com certeza há muito o que se possa contribuir em termos de gestão pública séria, austera. O Senado é o que aparenta (ser) o caminho a ser tomado.

O que dizer para os 104 mil eleitores que confiaram o voto no senhor em 2016?

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Gratidão total e dizer que ouvi a comunidade, a cidade. Minha zona confortável era permanecer esses dois anos e oito meses à frente da gestão, mas foi a própria população de Blumenau e do Vale do Itajaí que me chamou a essa responsabilidade. Ouvi o clamor de ter a necessidade de, com a nossa experiência de dois mandatos de prefeito, buscar acrescentar em favor de Blumenau e do Vale, mas somar em favor de Santa Catarina e do Brasil. É no sentido de somar mais e muito em favor de Blumenau. Se como prefeito conseguimos realizar tanto, com certeza numa posição majoritária, que seja junto ao governo ou junto ao Senado, vamos conseguir efetivar e realizar muito mais por Santa Catarina e pelo Brasil, mas claro, pelo berço, que é Blumenau e Vale do Itajaí.

O senhor vê uma quebra de confiança nessa saída ou vai entender esse outro papel que o senhor pode vir a cumprir?

Primeiro, em 2016, quando disputei a eleição, fui muito questionado a esse respeito em todos os debates, sabatinas e perguntas de jornalistas. E nunca disse que ficaria os quatro anos de mandato. Sempre disse que, pelo contrário, aliás fui muito franco e transparente. Falei que estaria à disposição de Blumenau onde fosse melhor, onde fosse mais capaz de realizar ainda mais em favor de Blumenau. E como disse no meu pronunciamento, o sonho de ser prefeito partiu de mim, o sonho de ir além, seja ao governo ou ao Senado, esse partiu da sociedade, da coletividade. Tenho recebido há dois anos esse estímulo da própria população. Estou aqui no sentido de cumprir um chamamento de responsabilidade histórica em que fui convocado por Blumenau e pelo Vale do Itajaí. Minha decisão é de acatar esse clamor que houve para que o sim pudesse ser dito.

Pessoalmente qual é a vontade do senhor?

Numa situação como essa, a posição final não depende única e exclusivamente da vontade e do desejo pessoal. Preciso estar disponível para somar por Blumenau e pelo Vale no chamamento que vier. Quer seja na posição majoritária relacionada ao governo, quer seja ao Senado, vou ter a condição de efetivar muito em favor de Blumenau, do Vale, de Santa Catarina e Brasil. Tenho essa preferência em relação à disputa ao Senado, mas de abril até final de julho, início de agosto, quando as convenções partidárias definirem as posições de cada um, muito há para acontecer. Como eu disse, em relação ao processo eleitoral, eu não perdia um segundo do meu tempo pensando nessas conjunturas, mas fui muito incentivado para que essa posição pudesse ser tomada, até pela conjuntura histórica de um prefeito reeleito, bem avaliado, com volume extraordinário de obras muito bem encaminhado e com vice-prefeito com planejamento prévio e que naturalmente acabou conduzindo essas questões administrativas e hoje tem todo o preparo. É uma situação que não nasceu e nem brotou de mim, ela surgiu por parte da própria população e eu ouvi a esse chamamento e disse sim.

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Deu tempo de fazer tudo o que o senhor gostaria nesses cinco anos e três meses?

Sempre há muito mais por fazer, não há dúvida quanto a isso. Claro que o coração aperta porque tem muito para entregar, tem muito que está plantado e que será entregue. Mas o importante é o resultado final disso tudo, desse conjunto, dessa semeadura. Esse conjunto com certeza vai ser entregue para a comunidade. Independente do nome na placa, o importante é o resultado final, a efetividade em favor das pessoas.

Justamente em cima disso, o senhor vê prejuízo em não permanecer para concluir alguns temas como pacote de obras do BID e a Ponte do Centro? Como foi o alinhamento com o vice-prefeito para que isso seja resolvido?

Eu e o Mário temos uma relação de fina sintonia. Sintonia total, plena. Ele é um grande e leal amigo de caminhada, um grande gestor, administrador, tem sido vice-prefeito fiel, com certeza será um prefeito que conduzirá Blumenau com maestria e vai ter toda condição de fazer entregar tudo aquilo que é fruto do nosso plano de governo. Até 31 de dezembro de 2020, a gestão é nossa, é compartilhada. Vai ser entregue aquilo que foi plantado e semeado.