Quem estava longe e não pôde vir, mandou um vídeo, caso do Daniel Aranha, que toca a carreira profissional no Rio de Janeiro. Quem mesmo distante conseguiu chegar, subiu no palco, como Fernandinha do Cavaco, que deixou Brasília para estar em Florianópolis na noite desta quarta-feira. Assim, de alguma forma, tantos outros com passagens pelo Centro Musical Wagner Segura estiveram no Teatro Álvaro de Carvalho.
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Celebraram com o professor Wagner Segura um show onde o mestre tornaria realidade o sonho de reunir seus ex-alunos. Eram em torno de 40, crianças, jovens e adultos. Do menino João Paulo, que cantou e encantou com o samba Chega- há de ser que eu não veja esse dia chegar- à cantora Maria Helena- eu mandei para ela rosas amarelas…e um bilhete escrito assim- parceria com Celinho da Copa Lord.
A plateia que lotou o TAC explicava a diversidade do talento deste músico que botou Florianópolis na roda do samba e chorinho de qualidade. Havia cabeças brancas, jovens conectados aos celulares mandando fotos e áudios para amigos, choro de criança. Tinha a turma das cordas e o grupo da percussão. Via-se Luiz Sebastião, ouvia-se Neno. Ao final de cada apresentação, Wagner Segura estendia a mão como agradecimento. Todos lhe beijavam a mão como reconhecimento.
Teve samba, chorinho e até tango. Professor e alunos cantaram parcerias com Cláudio Caldas, Denise de Castro, Celinho. Por fim, Mazinho do Trombone ao lado de Wagner, uma homenagem a este que é um dos maiores músicos do país. O Sopro do Criador, composição de Wagner e Nazareno, na voz de Pachequinho, emocionou. E Wagner não poupou críticas sobre o que lhe incomoda quando sente descaso com a cultura da cidade e das pessoas que de fato a representam:
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– Não entendo como a prefeitura pode fazer qualquer coisa no Mercado Público e não chamar Mazinho, pioneiro da música naquele lugar. Mazinho merece uma estátua. Mas é isso que dá colocar gente que não entende a cuidar da nossa cultura – disse, seguido de aplausos.
Wagner explicou a ideia do show:
– Sempre foi meu sonho mostrar a semente que a gente plantou.
Mandou bem: cerca de 95% dos que pisaram no palco eram ex-alunos. O amigo e parceiro Claudio Caldas serviu de porta-voz: “além de um músico extraordinário, Wagner Segura é uma pessoa generosa que usa seu talento para também ajudar outras pessoas”.
– Eu vou colher frutos com esses meninos – disse Wagner, quando Igor, o pequeno grande baixista de 10 anos, subiu ao palco; e a menina Amabile solou no violão ao lado do professor.
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Não, Wagner, você não vai colher frutos. Já está colhendo.