Samba para ser bom tem de ter poesia, melodia e um balanço sincopado, teleco teco, ziriguidum. “Não pode ser oportunista”, alerta Wagner Segura, músico de Santa Catarina que está para o samba assim como Zininho está para a poesia. Não há sambista em Florianópolis que não tenha tocado com ele ou passado por sua escola, o centro musical que leva o seu nome e que comemora 23 anos hoje com samba, claro, no Teatro Álvaro de Carvalho, no Centro da cidade.

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A apresentação terá a participação de 40 músicos que beberam na fonte de conhecimento de Segura e hoje tocam profissionalmente, tanto aqui quanto em outros Estados. Esse número representa menos de 5% do total de 1 mil pessoas que já estudaram na escola.

– Sempre sonhei em fazer um show desse. É o resultado da minha plantação na linguagem do samba e do choro. A ideia é juntar ex-alunos e mostrar o que aconteceu com eles – diz o professor.

Grupos de cinco e seis músicos se revezarão no palco para interpretar o repertório que inclui sambas conhecidos, composições de Segura e de parceiros e até uma releitura ousada do tango Adios Nonino, de Ástor Piazzolla.

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– Muitos mal sabiam pegar num instrumento quando começaram a fazer aulas e hoje são referência no samba, no pagode e no choro – orgulha-se.

Foi menino que Segura, 53 anos, começou na música. Chegou em Florianópolis vindo de São Paulo ainda bem moço e por aqui construiu uma sólida carreira musical. O violonista, arranjador e compositor é reverenciado por ser o principal propagador e divulgador do chorinho na cidade.

– Minha história com o samba é grande, tem mais de 30 anos, dos quais 27 são de envolvimento com todas as escolas de samba da Capital – diz ele, hoje integrante da Coloninha.

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FORMAÇÃO DE SAMBISTAS

Segura liderou e fez parte de conjuntos de choro como Nosso Choro e Vibrações – do qual foi fundador no começo dos anos 80 – e representou Santa Catarina em projetos como Pixinguinha e Pixingão, no Rio de Janeiro. Também tocou com nomes importantes da música catarinense, como Neide Mariarrosa e Zininho.

– Reconheço a escola como especializada em samba. Todo mundo que conheço desse gênero passou por ele – diz o percussionista Alexandre Damaria, que cruzou com o músico pela primeira vez em uma das rodas do saudoso Bar do Tião, extinto reduto de samba de raiz de Florianópolis.

O Centro Musical Wagner Segura, que fica na região central da Ilha, tem o propósito de lecionar música brasileira, samba, choro, música instrumental. É voltado para o ensino dos instrumentos violão de seis e sete cordas, bandolim, cavaquinho, banjo, viola caipira, além de harmonia, improvisação e prática de conjunto.

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AGENDE-SE

O quê: show em comemoração aos 23 anos do Centro Musical Wagner Segura

Quando: hoje, às 21h

Onde: Teatro Álvaro de Carvalho – TAC (Rua Marechal Guilherme, 26, Centro, Florianópolis)

Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria do teatro e no Centro Musical Wagner Segura (Rua Fernando Machado, 140, Centro, Florianópolis)

Informações: (48) 3028-8070