Como chefe de gabinete da Reitoria da UFSC, Carlos Antônio Oliveira Vieira tem representado a reitoria na maior parte das negociações do campus. Com a greve provocada pelos alunos de Letras Libras, Cinema e Odontologia, para reivindicar melhorias nos cursos, reconhece a reivindicação dos estudantes, mas justifica que parte das medidas, como contratação de mais servidores, depende dos ministérios da Educação e Planejamento. Veja a entrevista a seguir:

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Alunos da UFSC fazem greve para protestar por melhorias nos cursos

Diário Catarinense – A reitoria considera as paralisações feitas por iniciativa dos alunos legítimas?

De certo modo sim, porque eles têm uma reivindicação. Nós até concordamos. Mas tem um problema legal, que extrapola a competência da universidade. Vou dizer o problema de Libras, por exemplo, eles demandam que a gente contrate guias intérprete da classe E, com ensino superior. No MEC não existe essa vaga, somente na classe D, com nível secundário. Como não tem esse cargo, por mais que a gente ache legítimo contratar, porque só tem pessoas de nível superior, a universidade é uma referência nisso, não tem como contratar.

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DC – Alunos, principalmente no caso de Odontologia e Libras, terão problemas no cronograma dos cursos?

Na verdade isso vem sendo trabalhado pedagogicamente com o curso, porque existem clínicas da pós-graduação que poderiam absorver parte dos alunos. O pró-reitor de Graduação está articulando todas as possibilidades, para que as turmas não tenham prejuízo. Pode atrasar 15 dias, mas vai cumprir o cronograma. Todo o esforço foi prioritariamente para as últimas fases.

DC – Como a reitoria enxerga a iniciativa dos alunos? Teme que qualquer discussão seja motivo para paralisar as aulas?

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A gente não tem como evitar, porque a universidade é esse universo de diversidade. Tem que respeitar as iniciativas, tem coisas que estão ao nosso alcance e temos o prazer de realizar. A universidade tem autonomia dentro de suas atividades fins _ ensino, pesquisa e extensão _ (contratação de) pessoal a gente depende do Ministério do Planejamento, outras a gente depende do MEC.

DC – Haverá penalidades a professores e alunos por paralisar aulas?

Não. A gente prioriza o diálogo. Evidentemente se houver alguma ação no Ministério Público a gente vai levantar para apurar se houve alguma responsabilidade.