Os estudantes deixaram os livros de lado e tomaram uma iniciativa. Diante do impasse da greve nacional dos técnicos administrativos em educação e da falta de infraestrutura nos laboratórios e cursos da UFSC, os próprios estudantes suspenderam as atividades. Turmas dos cursos de Letras Libras, Odontologia e Cinema (confira abaixo o que cada um reivindica) interromperam a rotina no último mês com o apoio de professores, que negociaram datas para reposição de aulas, evitaram marcar avaliações e até acompanharam nas manifestações.

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Segundo a reitoria, as aulas perdidas terão de ser repostas. No curso de Libras, cerca de 130 alunos permancem sem aula há uma semana, em apoio às reivindicações dos sete intérpretes tradutores, que interromperam os trabalhos em sala de aula.

“Não tem como evitar”, diz reitoria sobre greve de alunos

Atividades administrativas da UFSC estão comprometidas

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UFSC volta às aulas com greve dos servidores e técnicos

Eles reivindicam a contratação de cinco profissionais para a universidade e pedem que o Ministério da Educação exija ensino superior. Em reunião com os alunos na semana passada, expuseram a situação.

– Eles nos apoiaram. A UFSC é referência nacional na língua de sinais – justifica o tradutor intérprete, Diego Maurício Barbosa.

Os tradutores pertencem ao mesmo regime dos técnicos administrativos, que desde o dia 17 de março aderiram à paralisação nacional. A estudante da 10ª fase de Odontologia, Lígia Miranda, se formaria em julho. Mas sem aulas práticas desde o início do ano vai demorar mais tempo. Há um mês, cerca de 500 alunos de todas as fases do curso paralisaram as aulas teóricas para exigir reforma e materiais novos nas duas clínicas de práticas e atendimento à população.

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– A gente viu nessa paralisação a única chance de tomar iniciativa e chamar atenção para a urgência – argumenta Lígia.

Clínica de Odontologia foi interditada pela Vigilância

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

A Vigilância Sanitária interditou os espaços no dia 22 de abril. Como agravante, 10 funcionários administrativos que ajudavam no atendimento da população e na esterilização de instrumentais estão em greve. Chefe do Departamento de Odontologia, Ricardo Vieira garante que até novembro deve ser concluída a reforma da central de esterilização.

Há duas semanas, os alunos retornaram às aulas teóricas, mas não descartam nova interrupção. Assim como os alunos de Cinema, que voltaram depois de ocupar a direção do Centro de Comunicação e Expressão, exigindo melhorias no laboratório de aulas, atualização de currículo e contratação de servidor.

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Desde o início da greve dos técnicos, alguns dos efeitos sentidos por alunos e professores da UFSC são a Biblioteca e Restaurante Universitário fechados, atraso no pagamento de bolsas e contratação de servidores temporários, além de processos de licitação emperrados. Impasse sem data para terminar.