A candidata à Presidência Luciana Genro (PSOL) defendeu, na manhã desta quinta-feira, uma reforma tributária que privilegie o imposto sobre grandes fortunas como meio de aliviar o peso dos impostos sobre a maior parte da população. Ao participar do Painel RBS Especial Eleições, nos estúdios da TVCOM, em Porto Alegre, ela explicou que a cobrança afetaria apenas os grandes milionários.
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– Não quero tributar os riquinhos, quero tributar os ricaços. A partir de R$ 50 milhões, pagariam alíquota de 5% ao ano – afirmou.
O imposto sobre o patrimônio pessoal, segundo ela, ajudaria a corrigir as injustiças do sistema tributário nacional. A candidata afirmou que, hoje, mais da metade da arrecadação vem dos brasileiros que recebem até três salários mínimos.
Assista à primeira parte da entrevista
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Assista à segunda parte da entrevista
Ela classificou como “falacioso” o discurso “paz e amor” de adversários, que prometem “governar para todos”. Ela assegurou que, se eleita, irá contrariar interesses.
– O Brasil sempre tomou medidas amargas para o povo, não para o capital. Vou tomar medidas amargas para o outro lado – afirmou.
A reforma também incluiria um imposto sobre distribuição de lucros. A representante do PSOL afirmou que o imposto sobre grandes fortunas, uma das ideias mais difundidas em sua campanha, não é sua única proposta. Argumentou que o pouco tempo disponível para seu partido no horário eleitoral gratuito exige uma pauta mais resumida dos projetos.
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Com mais tempo disponível, Luciana fez promessas polêmicas. Comprometeu-se a controlar os preços de combustíveis e os valores de tarifas, como os da energia elétrica, como meio de combater a inflação. Questionada sobre a possibilidade de que essa medida diminua o interesse de investidores privados, ela defendeu a intervenção do Estado nesses setores caso necessário.
Também admitiu a possibilidade de estatizar empresas privatizadas, como as de telefonia.
– Isso pode ser uma necessidade. Evidentemente que há arcabouço legal para se fazer isso. Mas, por convicção, acredito que é fundamental que setores estratégicos estejam sob controle público – declarou.
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Luciana ainda defendeu a realização de uma nova Constituinte para fazer uma reordenação política no país e deu “nota zero” para a presidente Dilma Rousseff, pelo fato de o PT não ter cumprido sua “missão histórica” e ter se aliado a antigos rivais como José Sarney. Ela se recusou a dar nota para o governador Tarso Genro, seu pai:
– Não convém.
Luciana Genro foi a segunda entrevistada da série de painéis com os presidenciáveis. A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff foi a primeira participante da iniciativa.
Veja como foi a entrevista, minuto a minuto, com Luciana Genro: