Em 19 de fevereiro o Santa encaminhou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) um pedido do planejamento de obras baseado na Lei de Acesso à Informação. Desta forma os trabalhos podem ser fiscalizados.

Continua depois da publicidade

>> Acesse a reportagem especial: BR-470 além dos números

No entanto, 159 dias após o envio do documento o órgão federal ainda não encaminhou resposta. Na Superintendência do Dnit em Santa Catarina há quatro meses, Vissilar Pretto afirma que só vai divulgar o cronograma de obras dos lotes 3 e 4 quando as desapropriações e a remoção da rede de gás natural estiverem adiantadas.

Jornal de Santa Catarina – Qual a previsão para apresentar o cronograma de obras da duplicação?

Vissilar Pretto – O prazo da obra é quatro anos. Mas o cronograma não depende só do Dnit, é uma obra complicada. Com essa simultaneidade dos entraves (desapropriação e remoção da rede de gás) equacionados posso ter um cronograma real. Não posso ser responsável por dar a data sem ter a garantia. Estou montando uma cronograma novo, mas não quero que seja diferente da perspectiva real.

Continua depois da publicidade

Santa – Como o senhor avalia o andamento da duplicação na BR-470 nos lotes 3 e 4?

Pretto – A licitação das desapropriações saiu em maio. Com as desapropriações conseguiremos liberar esta frente. E nos próximos 90 dias vamos até conseguir fazer pagamentos. Quinta-feira fui à Brasília e a BR-470 é prioridade do Ministério dos Transportes, planejamento da presidente (Dilma Rousseff). A questão não é financeira, a obra tem seus problemas e precisam ser resolvidos.

Santa – Apesar da assinatura da ordem de serviço ter saído para os lotes 3 e 4 há um ano as obras só apareceram em janeiro de 2014. Isto vai impactar no final?

Pretto – Pode ter alguma coisa que atrasou, vou tentar diminuir este prazo que é de quatro anos. Mas vou tentar fazer uma coisa que funcione.

Santa – O que esperar dos próximos três anos?

Pretto – Uma melhoria no andamento das obras. A cada mês, mais frentes de serviços. O meu compromisso como chefe do Dnit é que essa seja a prioridade. É uma rodovia que é o eixo principal para os portos e tem que ser resolvida.

Continua depois da publicidade

Santa – E depois destes 73,2 quilômetros que já têm ordem de serviço, a duplicação vai chegar ao Alto Vale?

Pretto – Todos os projetos têm um estudo de viabilidade técnica e ambiental. Este estudo ainda está em análise pelo Dnit em Brasília. Nosso objetivo é concluir ele o quanto antes, mas não há prazo para conclusão. Mas o foco é a obra.

Santa – Mais da metade das mortes na rodovia nos últimos anos ocorreu em colisões frontais. Como avalia isto?

Pretto – Claro que se todas as rodovias do Brasil fossem duplicadas, não haveria mais morte com colisão frontal. Por mais que se saiba que o trecho não é duplicado, a imprudência causa a maioria dos acidentes. Andando na BR-470 temos que ter consciência que é uma rodovia que tem um movimento elevado, não está duplicada, é uma questão de educação. Não dá para culpar 100% a rodovia.

Continua depois da publicidade

>> “Ficou um ano praticamente sem obra”, afirma o superintendente do Dnit sobre a duplicação da BR-470