Um dos rostos mais mostrado pela televisão e fotografado no jogo entre JEC e Portuguesa na última sexta-feira, o delegado da partida, Laudir Zermiani, confia no seu relatório para a CBF para esclarecer a situação.
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O documento no qual Laudir narra os acontecimentos do jogo, suspenso aos 17 minutos porque o time da Portuguesa saiu de campo, foi enviado à CBF por e-mail no sábado, poucas horas após o vexame do futebol nacional que a Arena Joinville sediou.
– Não mandei parar o jogo. Não autorizei ninguém a deixar o campo – defende-se Laudir, presidente da Liga Joinvilense de Futebol.
Sem abrir demais o que contém o relatório feito em conjunto com o quarto árbitro, Carlos Eduardo Areas, Laudir repete que a responsabilidade é da Portuguesa, como já tinha antecipado em entrevista ao “AN” publicada na edição do fim de semana.
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– Houve abandono de campo por parte da Portuguesa. Não mandei ninguém sair de campo. Foi um abandono por vontade própria da Portuguesa e isso eu digo no relatório – afirma o delegado.
Laudir Zermiani reconhece que nenhum oficial de Justiça esteve na Arena, o documento foi entregue por pessoal da própria Portuguesa e considera que a confusão cresceu por pressão da Lusa e a “presença de muita gente em cima de mim à beira do gramado assim que a bomba explodiu”. Ele garante que tentou falar com a Federação Catarinense de Futebol durante o tumulto, mas não conseguiu.
– Entrei em campo para falar com o arbitro sobre o que estava acontecendo e para saber dele o que fazer. Não fui mandar parar o jogo. Neste momento, a Portuguesa já tinha saído de campo, por isso entrei. O árbitro mandou que eu chamasse a Portuguesa de volta – disse.
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Observadores acham que Laudir acabou não sabendo lidar com a pressão e o inesperado. Sem oficial de Justiça, por exemplo, não havia necessidade de ir para a beira do campo, deveria resolver o caso, em ligações à FCF e CBF, em outro ambiente.
A tese de que a Portuguesa agiu de caso pensado para gerar o tumulto também fica de pé. Também será natural que Laudir amargue uma “geladeira” em breve e fique fora de algumas escalas. Ele diz estar tranquilo.
– Dormi mal, mas não foi só por causa do jogo. Já não tenho tido boas noites por causa da doença do meu pai, que está internado e a família tem se revezado no hospital. Claro que o que aconteceu no jogo deixou o sono pior. Mas isto (o jogo) já passou e é esperar pelo que os órgãos competentes vão decidir. Não posso fazer pré-julgamento – disse Laudir ao atender telefonema do “AN” enquanto estava no hospital acompanhando o pai.
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Laudir é sócio de uma empresa de arbitragem em Joinville e presidente da Liga Joinvilense de Futebol desde 1999. Chegou à entidade em 1996, como vice-presidente. Como dirigente de liga, também é delegado da Federação Catarinense de Futebol para jogos oficiais.
No Campeonato Catarinense, nas partidas do JEC na Arena, só não esteve na final entre Joinville x Figueirense. Na Série B, faz parte da escala da FCF, podendo ser escalado para jogos em Joinville ou outras cidades. No ano passado, era Laudir o delegado do jogo Atlético/PR x Vasco, que terminou em pancadaria na arquibancada.
– Tenho pegado uns rabos de foguete – convence-se Laudir, que para trabalhar como delegado garante participar de reuniões anuais de atualização e estudar cartilhas distribuídas a cada temporada.
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