A rede municipal de ensino não trata a homofobia especificamente nas salas de aula em Blumenau. O trabalho é transversal, garante a gerente do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação, Roseli Passold. Diante da necessidade – um caso de bullying, por exemplo – a instituição monta e aplica um plano de ação pedagógica. Na maioria das vezes a tarefa fica a cargo dos professores de Ciências.
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Veja a conversa com integrantes do movimento LGBT:
Esse tipo de abordagem não é suficiente, segundo a professora Gabriela da Silva. A mestre em Educação na área de Gênero e Sexualidade no Ambiente Escolar acredita que o tema é historicamente silenciado, não só pela escola, mas por toda a sociedade. Ela, que é transexual, pensa que o assunto deve ser tratado além das relações e práticas sexuais. A professora esteve em Blumenau quarta-feira e participou de uma roda de conversas na Furb com profissionais da área.
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– A escola não pode trabalhar o assunto pontualmente. Isso precisa ser sistemático, tem que permear todas as disciplinas. Não dá para delegar essas atividades para enfermeiros ou psicólogos. Isso é trabalho das escolas, que têm o comprometimento de trabalhar as relações sociais.
Organização LGBT de Blumenau cobra políticas públicas
O integrante do Coletivo LGBT Liberdade – que organiza a semana – Lenilso da Silva acredita que o Plano Municipal de Educação, em fase de construção, seria um documento importante para firmar compromissos sobre o tema. Além disso, acredita que Blumenau está perdendo tempo para integrar-se no debate nacional, que discute importantes questões como a união homoafetiva – que ainda não possui lei específica – e a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo.
– Muitos municípios já possuem um conselho de diversidade sexual, que orienta as políticas públicas para os direitos LGBTS. Blumenau já poderia ter. Uma das funções do movimento é pedir políticas públicas que promovam a igualdade de gênero.