Para que a homofobia seja vencida na sociedade, é preciso mais do que combate. É necessário debate. Desde segunda-feira Blumenau está voltada à Semana Municipal de Luta Contra a Homofobia. As ações convidam diversos setores da sociedade a se questionarem sobre o tema. A discussão se mostra oportuna e relevante uma vez que pouco está sendo feito para promover a igualdade entre gêneros e combater o preconceito em todas as suas manifestações em Blumenau.
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Durante os últimos dias o Santa questionou poder público, empresariado, universidades e escolas sobre o que vem sendo feito na cidade para promover a inclusão social. A resposta é quase sempre a mesma: o tema é debatido de forma transversal, ou seja, não é tratado de maneira específica, embora permeie as disciplinas e discussões. No entanto a prefeitura de Blumenau ainda tem dificuldade em ir além: não há nas secretarias de Educação, Saúde e Fundação Pró-Família nenhuma iniciativa especificamente voltada para o público LGBT.
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Veja a conversa com integrantes do movimento LGBT:
Iniciativas ganham destaque
Algumas iniciativas recentes chamam a comunidade do Vale do Itajaí a acordar para as diferenças: a Furb criou o Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Temas Transversais, que aborda o tema indiretamente. A OAB Blumenau também atua no cenário com uma Comissão da Diversidade Sexual, que tem atribuições como intensificar os debates sobre o tema, trazendo informações sobre os avanços da busca pela igualdade, protegendo os direitos da diversidade sexual, onde se inclui a defesa do reconhecimento jurídico das relações homoafetiva. Sara Maria Brehm Padilha é quem está à frente deste trabalho. Ela ressalta que também é objetivo da OAB combater toda e qualquer forma de discriminação e promover estudos, cursos, seminários e outras atividades científicas sobre o tema.
Como a comissão ainda é recente – foi criada em setembro de 2014 – as ações também são principiantes. Após uma palestra que marcou o início dos trabalhos, o primeiro passo foi buscar informações junto às secretarias municipais sobre as atividades em relação à efetivação dos direitos dos homossexuais. Além disso, participou de um evento sore o tema na Furb e estará na próxima semana do IV Fórum das Comissões da Diversidade Sexual em Canela (RS).
O mestre em Sociologia Política e professor da Furb Nelson Garcia acredita que Blumenau está bastante atrasada em relação ao debate nacional:
– Na cidade não há políticas públicas nem para os homossexuais – masculino e feminino – nem para as questões dos negros. Em relação aos gays, a cidade é bastante homofóbica, tanto que não consegue discutir abertamente a questão da homossexualidade e homofobia – avaliou o professor.
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