A rápida ação de bombeiros e agentes penitenciários evitou a morte de presos no Presídio de Lages, na Serra de Santa Catarina, na tarde de quinta-feira, em uma rebelião. As informações oficiais indicam que o tumulto aconteceu em uma briga de dois internos e que não há nenhuma relação com guerra de facções criminosas que provocaram massacre de presos no Norte do País. Onze encarcerados ficaram feridos.

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Por volta das 22h, agentes do Departamento de Administração Prisional (Deap) finalizavam a operação de transferência de 100 detentos. À tarde, 267 estavam no momento da rebelião. Todos cumprem o regime semi-aberto e não há regime fechado no local. Faltavam ser removidos dez presos que seriam levados para cadeias de outras regiões, cujo local não foi informado.

A prisão fica ao lado do quartel dos bombeiros e da Polícia Militar. O diretor do presídio, Márcio de Oliveira, disse não ter dúvidas que a agilidade e a proximidade dos bombeiros evitou o pior. Na prisão também há uma ala feminina com 45 presas.

Como começou a rebelião?

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Foi uma briga entre dois presos, provavelmente por dívida de rua entre elas. Durante a briga, um deles resolveu queimar o colchão para dar um susto, acendeu e não imaginava a dimensão que o fogo iria alcançar.

Um dos presos se feriu bastante com o fogo?

Teve 40% do corpo queimado, era um dos envolvidos na briga. O fogo foi no corredor e cerca de dez presos estavam na cela bem perto. Conseguimos apagar logo enquanto se ouvia gritos dos outros dizendo que presos iriam morrer por causa do fogo e pediam a nossa intervenção.

Havia risco maior da fumaça ou do fogo?

Da fumaça. A chance de intoxicação era grande. Foi fundamental a agilidade.

Esse fato aconteceu em meio a rebeliões e mortes de presos pelo país. Como não associar o fato daqui com o cenário nacional?

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Não há nada que associe o que aconteceu aqui com facção. Não temos isso aqui, não são presos de alta periculosidade.

Mas a informação é que houve tumulto envolvendo presos no pátio?

Após o incêndio e o fogo nos colchões o grupo que estava no pátio aproveitou para se amotinar e reivindicar. Houve confronto, efetuamos alguns disparos de borracha e controlamos. Houve a presença do juiz e do Ministério Púbico.

Houve destruição da cadeia?

Ficou bastante destruída.

E a superlotação?

Tínhamos 267 presos e a capacidade é para 130. Mas já teve situação pior. Desde 2012 houve transferência para o novo Presídio de Lages e melhorou bastante. A dificuldade aqui ainda é a falta de efetivo assim como em outras unidades do Estado.

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