A 17 dias de fechar o primeiro ciclo do plano estadual de combate ao mosquito Aedes aegypti, os municípios catarinenses estão longe de atingir a meta de vistorias em imóveis. Levantamento feito pelo Diário Catarinense entre quinta e sexta-feira com os 28 municípios considerados infestados pelo inseto – apresentaram em 2015 número mais alto de focos – mostra que até o dia 22 de janeiro 29,7% dos imóveis foram vistoriados.

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A meta seria de 366 mil residências, número repassado pelos próprios municípios. Baseado no dado oficial do governo, divulgado semana passada apontando 9,6% de imóveis vistoriados, o coordenador do Programa Estadual de Combate à Dengue, João Fuck, explica que muitos municípios começaram o trabalho na segunda semana das ações e que “ainda é um número pequeno”, mas o trabalho tem sido intensificado:

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– É cedo para dizer [se a meta será cumprida], pois quando divulgamos o boletim muitos municípios não tinham passado os dados. No próximo boletim devemos ter uma análise mais detalhada – reforça, citando o relatório que será divulgado hoje pela Dive.

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Esse resultado é puxado por Florianópolis, que até então tinha a maior meta do plano, cerca de 93 mil imóveis e terrenos, e iniciou o ciclo de vistorias nesta segunda-feira. Porém em reunião com a sala de situação estadual, reajustaram a meta para 43 mil, que engloba somente os bairros infestados: Coloninha, Monte Cristo, Capoeiras e Canasvieiras (os demais devem receber orientação). A gerente de Vigilância Ambiental de Florianópolis, Priscila dos Santos, justifica o atraso devido à capacitação dos novos agentes de endemia, 50 profissionais que devem assumir a partir de fevereiro:

– Não significa que a gente não esteja vistoriando as residências nas áreas infestadas, mas agora vamos começar o trabalho com os agentes comunitários de saúde – diz, acrescentando que a meta será cumprida só no final de fevereiro.

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Outro município que ainda precisa avançar é Chapecó, que tem como meta 90 mil imóveis, mas só vistoriou 20 mil. O coordenador da sala de situação da cidade, Junir Lustinski, explica que precisam reforçar a necessidade do apoio dos 140 profissionais de saúde do município, pois os 80 agentes de endemia não têm como fazer tantas vistorias:

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– Neste ritmo não vamos conseguir fechar a meta – sentencia.

Coronel Freitas, também no Oeste, foi o último a instalar a sala de situação. O diretor municipal de Saúde, Alex Massolini, garante que a estrutura começou a transmitir dados da cidade na segunda-feira.

João Fuck defende que as salas, por envolverem vários órgãos, são importantes para identificar buscar soluções e identificar evolução de focos e ocorrências de pessoas infectadas pelo Aedes aegypti, transmissor de dengue, febre chikungunya e zika vírus.