Do ano passado para cá, a multinacional Tigre avançou quatro pontos na nota do guia Você S/A – As 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar, um crescimento acima da média na pesquisa e que a fez pular da 110ª para a 56ª posição. A movimentação reflete um trabalho interno que está apenas começando, e cujos frutos serão sentidos com o tempo. Contudo, a percepção positiva da mudança, a partir da troca de presidente em setembro do ano passado, levou os funcionários a avaliarem bem a fabricante de tubos e conexões com sede em Joinville.

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Ao assumir o comando da empresa, o novo executivo, Otto von Sothen, demonstrou um perfil voltado para as pessoas, buscando proximidade com os funcionários. Em seguida, ele começou a mexer na gestão. Von Sothen percebeu que faltava integração entre os negócios da companhia. Criar uma só Tigre tornou-se o lema da organização e motivou algumas mudanças.

>> O que pensa o novo presidente da multinacional Tigre

A empresa passou a ser mais pró-ativa na comunicação das informações de negócios e mudou o formato de elaboração do planejamento estratégico. Antes restrito a um seleto grupo, neste ano o plano foi construído por 104 lideranças internas de diferentes áreas, durante quatro dias.

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Ao começar os trabalhos do planejamento, o presidente apresentou uma convicção e ao mesmo tempo um desafio: a empresa poderia crescer muito mais. Sem o auxílio de consultorias, o encontro terminou com a definição de cinco pilares: crescimento na área de tubos e conexões, expansão geográfica e em outros segmentos, desenvolvimento de pessoas e cultura, inovação e sustentabilidade e excelência operacional.

O desafio da integração mereceu duas ações em especial. O projeto de logística integrada promete aumentar a sinergia para a entrega de soluções aos clientes. E a decisão de contratar o primeiro diretor de gestão de pessoas da Tigre deve tornar a área mais estratégica e contribuir para mudar a cultura organizacional da companhia.

No posto há menos de um ano, José Renato Domingues explica que um dos seus principais objetivos é quebrar barreiras dentro de um ambiente complexo pela diversidade de unidades e de negócios no grupo. Para isso, ele vai investir no desenvolvimento de líderes e na estrutura para dar suporte à estratégia. Entre os funcionários, um dos impactos será sentido nas promoções. Domingues explica que um profissional que desenvolve toda a carreira somente em uma única área não se tornará o diretor desse setor.

– Quando se traz para um determinado posto alguém de outra unidade ou setor, o diálogo melhora porque ele compreende como as coisas funcionam e pela rede de contatos que o profissional carrega de sua experiência anterior – afirma o executivo.

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A Tigre apareceu no guia da Você S/A pela 16ª vez, uma indicação de que os funcionários estão do lado da empresa, com ou sem mudanças.

Coragem para mudar

Fernanda Karla Rebello Rosa, de 35 anos, e Cristofer Felipe Kohler, 29, ilustram um tipo de atitude que a Tigre quer ver cada vez mais presente entre seus funcionários: a disposição para assumir desafios. Ela fez carreira na área comercial e ele, na controladoria. Ambos foram convidados para participar do projeto de implantação do sistema integrado de gestão empresarial SAP – Fernanda como líder na frente comercial e Cristofer como líder da frente de controladoria. Terminada a fase nacional de implantação do projeto, ambos não retornaram para a área de origem. São, agora, funcionários da área de tecnologia da informação.

Fernanda tornou-se especialista de processos, função na qual analisa processos comerciais em TI, e Cristofer atua como analista de negócios, liderando projetos contábeis. Ambos concordam que esta movimentação horizontal ajuda a entender a organização, demonstra vontade de assumir riscos e abre portas para crescer na carreira.

– A empresa dá oportunidade, mas você precisa estar aberto a isso. Na hora, deu um frio na barriga, eu não domino essa área 100% como dominava em vendas, mas procuro orientação – diz Fernanda.

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Cristofer acostumou-se cedo a mudanças. Em empregos anteriores, passou por alterações de sistemas, venda da empresa e reestruturação de negócios. Na Tigre, trabalhar no SAP foi mais uma experiência.

– Quem tem perspectiva de crescimento, precisa ter visão de longo alcance. Com a mobilidade, você consegue agregar valor ao negócio, com uma perspectiva diferente. O mercado é muito dinâmico e as empresas precisam ser dinâmicas também para conseguir dar as respostas que o mercado necessita – afirma.