O irmão de Beto Richa, ex-governador do Paraná, comprou um terreno em Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, usando dinheiro de propina, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

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José Richa Filho, conhecido como Pepe foi secretário de Infraestrutura e Logística, durante a gestão do tucano. Ele é um dos alvos da 55ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta quarta-feira (26). Segundo o MPF, foi expedido um mandado de prisão temporária contra ele.

De acordo com o MPF, consta no registro do imóvel que ele foi adquirido por R$ 500 mil, que ele teria recebido de propina de uma das concessionárias de pedágio das rodovias que cortam o Paraná. Além disso, outra parte do valor foi paga por fora, sem registro em cartório.

Para o MPF, a prática configura lavagem de dinheiro. Esse tipo de situação já foi registrada em outras ocasiões na Lava-Jato.

Indicação de empresas

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O MPF afirma que Pepe Richa era responsável por indicar empresas que prestariam serviços para as concessionárias. Esses serviços eram superfaturados. O excedente servia para distribuir a propina entre os envolvidos na fraude.

Pelo menos 70 empresas participaram da fraude, segundo a Procuradoria. Em troca dos serviços, eles recebiam a possibilidade de realizar novos contratos com o poder público paranaense.

Outro lado

Em nota, a defesa de Pepe Richa disse que o ex-secretário nunca foi chamado pela Polícia Federal para esclarecer os fatos em que foi citado. A defesa também reclamou que o processo seguia sob sigilo e que, por isso, não teve acesso aos autos da investigação. “O ex-secretário seguirá colaborando com a Justiça e confia que sua inocência restará provada na conclusão do processo”, diz trecho da nota.

Nova fase da Lava-Jato

A 55ª fase da Lava-Jato apura supostos casos de corrupção na concessão de rodovias que fazem parte do chamado Anel Viário, um conjunto de rodovias que corta o Paraná. Há suspeita de que as concessionárias pagavam propina a agentes públicos, para que eles agissem em favor das empresas.

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A operação cumpriu 73 mandados de busca e apreensão, 3 de prisão preventiva e outros 16 de prisão temporária. Além de Santa Catarina e Paraná, há alvos no Rio de Janeiro e em São Paulo.