A conversa de detentos em aparelhoscelulares no Presídio Regional de Joinville é uma falha de segurança reconhecida pela direção da unidade e a cúpula do governo do Estado.
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A rotina de apreensões escancara o problema: em uma única vistoria, em novembro do ano passado, foram encontrados 33 aparelhos escondidos em uma geladeira doada ao presídio.
Se a revista deixa brechas, impedir o funcionamento dos telefones é considerado o único meio de cortar o mal pela raiz. Em ofício encaminhado nos últimos dias à Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania, o promotor Hélio Sell Júnior pede providências.
O documento, considerado por ele uma “recomendação” do Ministério Público, sugere a instalação de bloqueadores de sinal de celular nos mesmos parâmetros do sistema na Penitenciária Industrial, vizinha ao presídio.
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– É uma estimativa de orçamento para um projeto que poderia seguir o modelo da penitenciária-, explica o promotor.
– Algumas medidas (de revista) já foram tomadas, mas vimos que não é suficiente-, complementa.
A falta de um sistema de bloqueio de sinal também é criticada pelo juiz João Marcos Buch, que assumiu a 3ª Vara Criminal de Joinville – voltada ao direito penal – no dia 12. Na opinião do juiz, “não existe justificativa lógica” para o Estado ainda não ter implantado a ferramenta.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Justiça e Cidadania informou, por meio da assessoria de imprensa, que há planos para a instalação de bloqueadores em todos os presídios do Estado.
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Mas a implantação deverá ser feita “de acordo com a disponibilidade financeira e dentro do orçamento” da pasta. A assessoria informou, ainda, que, segundo o diretor financeiro Addo Guimarães, a prioridade é a instalação em Florianópolis. O Presídio Regional de Joinville seria o segundo na lista.
Já na Penitenciária Industrial de Joinville, bastam alguns passos portão adentro para que o sinal de celular se reduza a zero. Nem o celular do diretor da unidade, Richard Harrison dos Santos, escapa do bloqueio. Tudo devido a quatro antenas, instaladas no alto das guaritas de vigilância que emitem ondas no perímetro da penitenciária.