A promotora da Cidadania do Ministério Público de SC, Simone Schultz, requisitou na tarde desta sexta-feira a abertura de inquérito policial para investigar se houve negligência por parte do Estado no caso da moradora de Joinville Josiane Cidral, 34 anos, que morreu na manhã da última quarta-feira no PA Leste.
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Com suspeita de gripe A e apresentando piora significativa no estado de saúde, ela não resistiu à espera de dez horas por um leito de UTI no Hospital Regional. Durante as 16 horas que Josiane permaneceu no pronto-atendimento, foram feitas pelo menos quatro tentativas de transferência – diretamente com o Regional ou por meio da Central de Regulação de Leitos.
Ações na Justiça pedindo mais leitos de UTI em Joinville tanto no Regional quanto no Hospital Municipal São José são antigas.
– A gente (Ministério Público) toma a providência judicial, mas dependemos do juiz. Não adianta eu entrar com a ação se a Justiça não determinar o cumprimento dela – afirma Simone.
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Esta não foi a primeira morte de paciente que ficou à espera de uma vaga de terapia intensiva no Regional. Em janeiro deste ano, Raul Domingos Fagundes dos Reis, 43 anos, esperou por quase 48 horas por um leito. Ele morreu assim que deu entrada no hospital.
Gripe A
Conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Aline Costa da Silva, duas causas para a morte de Josiane estavam sendo investigadas: leptospirose, que foi descartada na sexta-feira, e gripe A.
Ela explica que o resultado da amostra coletada para ver se a paciente estava com o vírus H1N1 vai levar de 15 a 20 dias para sair, porque o exame ocorreu durante a necropsia e a análise está sendo feita em um laboratório no Rio de Janeiro.
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