O Ministério Público estadual ajuizou nesta sexta-feira uma ação contra o Município de Joinville, pedindo o encaminhamento de um rapaz de 19 anos com deficiência mental severa que é cuidado pela irmã, de 21, para uma residência inclusiva.
Continua depois da publicidade
O processo foi encaminhado para a 2ª Vara da Fazenda Pública. No documento, a responsável pela 15ª Promotoria, Simone Schultz, relata o abandono do rapaz primeiro pelo pai, quando era criança, e este ano pela mãe, que fugiu e o deixou sob responsabilidade da irmã mais velha. Joinville não tem uma residência inclusiva, para atender pessoas com deficiência.
Mas no entendimento do MP, isto não isenta o Município de também ser responsável pelo jovem, que não tem condições de cuidar de si mesmo. O pedido de encaminhamento está na Procuradoria do Município para que seja aprovado, pois os serviços oferecidos pela residência são cobrados.
A casa de apoio mais próxima fica em Balneário Camboriú. Enquanto isso, o MP estuda uma forma de indiciar criminalmente os pais que abandonaram o rapaz. O pai já havia afirmado que não estava interessado em cuidar do filho.
Continua depois da publicidade
A história
Aos 16 anos, uma adolescente de Ituporanga deixou a cidade e se mudou para estudar em Joinville. Até então, ela e o irmão eram cuidados pelos avós maternos, mas mantinham contato com a mãe.
Desde a infância o pai não tinha mais relacionamento com os dois. A jovem encontrou trabalho, terminou o ensino médio e passou no vestibular. Ela está atualmente no 3º ano da graduação. No fim do ano passado, a avó morreu, e a mãe e o irmão ficaram sem ter um local para morar. A jovem, então, convidou a família para ir morar em Joinville.
No começo deste ano, a mãe fugiu de casa e deixou o irmão sob responsabilidade da filha mais velha. Por trabalhar o dia inteiro e fazer faculdade à noite, a jovem não consegue cuidar do irmão. O rapaz acaba ficando sozinho em casa e não pode ir à Apae, por exemplo, porque quando as atividades terminam ele não consegue voltar para casa sozinho e já foi encontrado vagando pelas ruas.
Continua depois da publicidade