O Ministério Público determinou que os camelôs deixem a Praça Arno Bauer, em Itajaí, até o dia 31 de julho. A data foi acertada em reunião na quinta-feira com o prefeito Jandir Bellini, e o procurador-geral do município, Rogério Ribas.
Continua depois da publicidade
Ainda sem ter para onde ir, os camelôs alegam que vão permanecer na praça. O representante dos camelôs, Volnei Belino, diz que eles devem entrar com uma medida judicial para ganhar mais tempo.
– Infelizmente a prefeitura está sem paciência. A gente vai bater o pé e ficar – afirma.
Segundo Belino, há uma reunião marcada para a próxima quinta-feira para tratar da saída dos comerciantes. Uma das possibilidades seria mudar para um terreno nos arredores da rodoviária.
Belino explica que negocia desde abril com um empresário interessado em comprar a área e construir um centro de comércio popular. A intenção é alugar os espaços, que, de acordo com o projeto, seriam maiores que os boxes na Praça Arno Bauer.
Continua depois da publicidade
O empresário Peterson Guerreiro confirma a existência do projeto e da negociação. Ele garante que a compra do terreno já é 90% certa.
– Temos um projeto para fazer um camelódromo bem projetado, com lojas maiores, em estrutura de aço e vidro, e com estacionamento. Nos moldes do Ilha Shopping, que temos em Florianópolis – diz.
Conforme Guerreiro, se a compra do terreno já estivesse concluída, a estrutura estaria pronta em janeiro de 2016.
– Não é uma construção difícil de executar, acredito que se conseguirmos fechar negócio até agosto, ainda conseguimos construir o centro de comércio popular até janeiro – afirma.
Continua depois da publicidade
Comerciantes estão preocupados
Enquanto o impasse não se resolve, permanece o clima de apreensão no camelódromo. A comerciante Ayla Beckhauser, 36 anos, conta que o box dela é alugado e que o marido trabalha em um box próprio. Caso eles tenham realmente que sair do local em 31 de julho, eles temem ficar sem renda.
– Eu trabalho aqui há 13 anos. O meu filho nasceu praticamente aqui dentro. É o que sabemos fazer – diz.
Ela reconhece que a praça necessita de melhorias, mas gostaria que a prefeitura desse uma solução viável para as 50 famílias que dependem das vendas no espaço público para sobreviver.
A comerciante Fabricia Belino, 38 anos, argumenta que o prazo de seis meses concedido pelo Ministério Público anteriormente não foi suficiente para eles encontrarem outro local para trabalhar.
Continua depois da publicidade
– Está difícil encontrar uma parceria que seja viável financeiramente para a gente. Quando sabem que a gente é camelô aumentam o preço na mesma hora – reclama.