Assunto mais comentado nas rodas de conversa em Joinville quando suspeitas vieram à tona, há cerca de dois anos, o chamado caso Marcos Queiroz está mais próximo de um desfecho na Justiça. A ação criminal que apura um suposto golpe milionário na venda de mercadorias e imóveis na cidade entrou na fase de alegações finais.

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É quando defesa e acusação apresentam os últimos argumentos em favor da condenação ou da absolvição dos réus. O Ministério Público já se manifestou e manteve a convicção de que, além do casal Marcos Queiroz e Ana Cláudia Queiroz, cinco ex-funcionários do grupo “tinham pleno conhecimento das operações ilícitas que praticavam em prejuízo dos clientes”.

Assim, o promotor Francisco de Paula Fernandes Neto pediu a condenação de todos os sete réus, embora em proporções diferentes. Contra Marcos e a mulher são atribuídos os crimes de formação de quadrilha, estelionato (349 vezes), apropriação indébita (duas vezes) e crime contra a economia popular.

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Parte dos demais réus também responde por apropriação indébita e por crime contra a economia popular, mas a todos eles são atribuídas as práticas de estelionato (em números variados) e de quadrilha. Segundo o MP, os ex-funcionários Alexandre Duhring, Sirlaine Dias, Santelino Izidoro Júnior, Jéssica Lopes e Susy Ribeiro “aderiram de bom grado (ao esquema), na expectativa de usufruir de parte dos lucros obtidos ilegalmente, ou para garantirem-se no cargo que ocupavam”.

Cada um ocupava uma função diferente no chamado Grupo Marcos Queiroz, formado por uma construtora e duas lojas de materiais de construção. Agora, os advogados dos réus terão o direito de manifestar por escrito as versões de defesa deles em contraponto às acusações. Só depois desta etapa o juiz da 4ª Vara Criminal, César Tesseroli, terá condições de determinar as sentenças, o que deve ocorrer no ano que vem.

Marcos Queiroz chegou a ficar preso por dez meses, entre 2013 e 2014, mas ele e os outros réus respondem em liberdade ao processo. Além da ação criminal, há dezenas processos cíveis movidos contra o grupo Marcos Queiroz por clientes lesados.

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O ESQUEMA DENUNCIADO

Marcos Queiroz é acusado pelo MP de ser o mentor de um golpe milionário em Joinville. Segundo a denúncia, ele vendeu centenas de apartamentos na planta, sem ter condições de entregá-los, além de não entregar uma série de mercadorias aos clientes dos das duas lojas de materiais de construção que mantinha.

AS DEFESAS

“AN” acompanhou todas as audiências do processo. Tanto Queiroz quanto a mulher negam o golpe e alegam que a empresa passava por problemas financeiros. Todos os ex-funcionários também negam participação em esquema. As defesa de cada um ainda serão detalhadas à Justiça.