O motorista do ônibus incendiado na noite de quarta-feira, em Criciúma prestou depoimento ao delegado André Milanese, nesta manhã de quinta-feira. O delegado, também coordenador da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Criciúma passa a comandar as investigações sobre o caso.

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No depoimento, a testemunha tentou identificar os bandidos que invadiram o ônibus. Eles usavam máscara de personagens do filme Pânico e estavam armados. Segundo Milanese, este tipo de disfarce já foi utilizado em assaltos na região. Em relação aos atentados e a ligação com o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) que ocorreram em várias cidades no início do ano, o delegado disse que ainda é cedo para fazer qualquer avaliação.

– Tudo é possível. Pode ser também jovens do bairro progresso querendo se aproveitar da situação – avalia.

O inquérito deve ser concluído em 30 dias. Para ajudar a esclarecer o crime, o delegado quer ouvir ainda os 25 passageiros que estavam no ônibus. A grande dificuldade no momento é saber quem são as testemunhas que estavam no coletivo e que podem ajudar a esclarecer o crime. Alguns deles, os mais habituais, foram identificados pelo motorista.

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Enquanto isso, a equipe de investigação da DIC apura as denúncias que chegam à delegacia de Criciúma e também pelo Disque Denúncia da Polícia Civil 181. De acordo com o delegado, em Criciúma, o último ataque a ônibus teria ocorrido em fevereiro

Ataque

O incêndio do ônibus da empresa Expresso Forquilhinha, aconteceu no bairro Vila Progresso, em Criciúma, no sul do Estado, por volta de 22h40min de quarta-feira. Segundo testemunhas, sete bandidos mascarados abordaram o coletivo na via que liga o Progresso, na periferia do município, ao bairro Jardim União. Após mandar os passageiros descerem, eles jogaram material inflamável e atearam fogo no veículo. Os bombeiros e a Polícia Militar foram acionados e ninguém ficou ferido.

Na Grande Florianópolis os ataques recomeçaram por volta de 5h30min de segunda-feira, em São José. Após atearem fogo em um ônibus, a dupla deixou para o motorista do coletivo dois DVDs com gravações que teriam como origem a penitenciária de São Pedro de Alcântara, quartel-general da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), responsável por orquestrar as duas ondas de violência registradas no Estado em novembro de 2012 e fevereiro deste ano.

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