O caminhoneiro que foi atingido por disparos efetuados por policiais civis em uma abordagem no km 96,3 na BR-101, no dia 23 de outubro, em Piçarras, foi ouvido ontem pela delegada Tânia Cristina Duarte Harada, responsável pelo caso.
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Ele confirmou em depoimento a mesma versão relatada à reportagem de “AN” quando deixou o Hospital Municipal São José, horas depois do acidente.
Everaldo Schwambach, 38 anos, disse que fechou o carro dos policiais em alguns momentos, porém sem intenção, quando tentava ultrapassar uma carreta que seguia na sua frente.
Ele afirma que ouviu a sirene mas não identificou o Fiesta vermelho como sendo uma viatura da polícia. Segundo a delegada, o motorista também afirma que possuía um objeto em mãos, que seria o rádio de comunicação.
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O caminhoneiro também se queixou do atendimento recebido no São José, pois no local foi identificada apenas uma bala em seu corpo. Ao procurar outra unidade hospitalar, em Brusque – cidade onde mora -, a vítima descobriu que havia duas balas alojadas na região do quadril.
A delegada aguarda o laudo da perícia realizada no local do acidente e o boletim de ocorrência feito pela Polícia Rodoviária Federal para concluir o inquérito. Testemunhas de defesa indicadas pelo motorista também precisam ser ouvidas.
Contraponto
De acordo com a versão dos três agentes e do delegado Rodolfo Farah, que estavam no carro, a reação teria sido em legítima defesa. Eles relataram que o carro foi prensado contra a mureta da pista pelo caminhão e que tentaram abordar o motorista, sem sucesso.
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Os policiais afirmam que utilizaram a sirene, o sinal de alerta e mostraram as identificações pela janela do veículo. O objeto nas mãos do motorista teria assustado os policiais, que cogitaram a possibilidade de ser uma arma.
Como acreditavam se tratar de uma situação de risco, efetuaram três disparos contra o caminhão. Ao ser atingido, o caminhoneiro perdeu o controle do veículo. Um policial também ficou ferido.