A notícia da morte de cinco pessoas de uma mesma família no último domingo, chocou moradores da pequena cidade de Monte Carlo, no Meio-Oeste catarinense. O dia das Mães, que tinha tudo para ser agradável na companhia de parentes, terminou em um trágico acidente.

Continua depois da publicidade

O casal Sergio Grassmam e Claudete Dias, ambos de 36 anos, a mãe de Claudete, Lurdes Dias, 55, e as duas filhas do casal, Talia Dias Grassmam, 10, e Patrícia Dias Grassmam, nove meses, morreram no local. Eles estavam em um Monza com placa de Vacaria (RS), quando colidiram com um caminhão Volvo, de Taió (SC), no entroncamento da BR-282 com a BR-470.

A notícia repercutiu na cidade de Monte Carlo, mesmo sem conhecer diretamente o casal, muitos compareceram ao velório em apoio aos familiares das vítimas, nesta segunda-feira. Parentes estavam inconsolados com as cinco mortes. Durante o enterro dos familiares no cemitério municipal em Monte Carlo, por volta das 16h, a mãe de Sérgio, Salete Maria Alves, desmaiou várias vezes e para se despedir do filho teve que ser medicada com calmantes.

Outro filho do casal, com apenas seis anos, que não foi na viagem, não acreditava ainda na morte dos pais e perguntava: quando mamãe vai voltar para me buscar?

Continua depois da publicidade

Acidente

Segundo relatos, a família voltava de Campos Novos para Monte Carlo. Já passava das 18h e começava a escurecer quando Sérgio tentou uma manobra arriscada, no entroncamento da BR-282 com a BR-470. De acordo com as informações preliminares da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Sérgio, teria tentado cruzar a pista quando o Monza que conduzia foi atingido pelo caminhão Volvo, que vinha sentido contrário.

Todos os ocupantes do Monza morreram no local. Claudete que estava no carona, ao lado do motorista foi a mais atingida. O condutor do Volvo, Dalvi E. Machado Junior, 25 anos não teve ferimentos graves.

Vida simples

O padrasto de Sérgio, Joanin de Ávila, lembra ainda o chimarrão que tomou com o enteado, no sábado, um dia antes do acidente.

Continua depois da publicidade

– Ele veio aqui em casa, tomamos um chimarrão e ele comentou que iria a Campos Novos no dia seguinte. Ele sempre ia pra lá – observa.

A conversa habitual de 30 minutos foi a última entre eles. Falaram sobre trabalho. Sergio e a mulher viviam do trabalho na lavoura e tinham uma vida simples no bairro São Carlos. Eles trabalhavam juntos na plantação de maçã, em períodos alternados, em média por seis meses. O último contrato foi há 15 dias.

Casados há aproximadamente 15 anos, Sérgio e Claudete, eram caseiros e estavam sempre juntos. Além das duas meninas que faleceram no acidente, o casal tinha também uma menina de 12 anos, que não viajou com a família e outro menino. Claudete era mãe de outros três homens, um de 15, 17 e outro de 20 anos. Leandro Grassmam, o filho do meio, encontrou a mãe no domingo e deu um abraço pela passagem do dia.

Continua depois da publicidade

– Consegui dar um abraço nela pela manhã – disse Leandro. ?

Adriana Hoffmann, nora de Lurdes, conversou por telefone com a reportagem do DC. Segundo ela, a sogra quis ver os filhos no último domingo e pediu para que Claudete a levasse. Das notícias que chegaram para Adriana, o dia das Mães foi muito agradável para Lurdes.

– Parecia que ela estava se despedindo, abraçou todo mundo e estava muito feliz – conta.

Lurdes morava com o namorado em Monte Carlo, no bairro São José e nem sempre estava feliz, lembra Adriana.

– Quando recebi a ligação do Corpo de Bombeiros falando do acidente, não conseguia acreditar – disse. ?

Continua depois da publicidade

Como se não bastasse toda a tristeza, a morte de cinco pessoas da mesma família também surpreendeu parentes financeiramente que tiveram que encarar as despesas de enterro e velório. Os filhos menores que ficaram órfãos devem ficar, por enquanto, sob os cuidados da avó, Salete Maria Alves.

* Colaborou Juliano Zanotelli