Morreu nesta quarta-feira, 12 de setembro, o joinvilense Flávio Gomes de Oliveira. Ele tinha 95 anos e era coronel-aviador reformado da Aeronáutica. O velório ocorre na Capela 3 da Borba Gato e o sepultamento será às 16h30, no Cemitério Municipal de Joinville.
Continua depois da publicidade
Flávio era neto do ex-prefeito de Joinville e ex-deputado estadual Procópio Gomes de Oliveira, que foi intendente (cargo com funções executivas semelhantes às de prefeito) em duas gestões: de 1903 a 1907 e de 1911 a 1914. Foi em sua administração que foi aberta a avenida que leva seu nome, ligando a zona sul à região central da cidade, e na qual Procópio Gomes de Oliveira construiu a casa da família.
Foi lá que Flávio Gomes de Oliveira nasceu e viveu a infância, até o pai dele, Carlos Gomes de Oliveira, ser eleito senador e mudar com a família para o Rio de Janeiro, que era a capital federal do Brasil, em 1934. Na adolescência, Flávio vivenciou a Segunda Guerra Mundial a partir das notícias nos rádios e nos jornais e foi quando decidiu que ingressaria nas Força Aérea Brasileira (FAB).
A carreira de aviador da Aeronáutica foi iniciada aos 24 anos. Como aviador, ele sobrevoou o Brasil e outros países, e levou a família — com a esposa, Gilza, ele teve filhos: Maria Cristina, Luiz Flávio e Luiz Antôni — a morar nas principais capitais do Brasil e em países como Estados Unidos e Holanda.
Entre as aventuras nos ares, ele contabilizava a quantidade de vezes em que “enganou a morte”: foram nove acidentes de avião. O mais grave aconteceu em La Paz, na Bolívia, na década de 1950. Flávio estava a 4.500 metros de altitude quando o motor esquerdo parou. Em meio ao céu azul, qualquer segundo era crucial. O coronel não tinha tempo para pensar.
Continua depois da publicidade
— Era preciso tomar uma decisão rápida — contava ele..
Ele aumentou a potência do motor direito, o que aumentou a instabilidade, mas permitiu que ele conseguisse pousar em uma estrada próxima ao local de decolagem. Havia 11 pessoas a bordo. Todas desembarcaram ilesas.
Nos últimos anos da carreira, Flávio havia trabalhado para a Embraer. Ao se aposentar, dedicava-se a conhecer outros lugares do mundo ao lado da esposa, por quem se apaixonou ainda na adolescência e com quem casou quando ela tinha 16 anos e ele, 25. A cerimônia de união ocorreu nos Estados Unidos, para onde ele havia se mudado por causa da FAB.
O casal divertia-se ao lembrar que foi o noivo que ajudou a noiva a se arrumar para o casamento, já que não havia outros parentes e amigos por perto. O sacristão e uma vizinha da igreja foram chamados para serem as testemunhas de um amor que seria vivido por mais 71 anos.