O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou, nesta sexta-feira, que existe um movimento conspirativo de direita na Venezuela para derrubar Nicolás Maduro — com o apoio dos Estados Unidos — e chamou a população a confrontá-lo.

Continua depois da publicidade

— Há uma conspiração aberta dos Estados Unidos contra a revolução bolivariana da Venezuela — declarou o presidente boliviano, ao lado da chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez.

A chefe da diplomacia da Venezuela chegou inesperadamente ao país para comemorar, segundo ela, o aniversário de 57 anos de Morales, “o grande chefe do sul”, no último 26 de outubro, revisar assuntos bilaterais e conversar sobre “a situação da Venezuela e a situação da região”.

Leia mais

Continua depois da publicidade

Oposição venezuelana aumenta pressão contra Maduro com greve geral

Maduro aumenta salário mínimo em 40% na véspera de greve geral

Policial morre e dois agentes são feridos em protestos na Venezuela

Morales disse que está acompanhando a situação relacionada à aprovação de uma resolução de juízo político contra Maduro no legislativo venezuelano, dominado pela oposição.

— Nós estudamos no Palácio (Quemado, de La Paz) se era legal, se era constitucional (e concluímos que) é inconstitucional, e está orientado para um golpe de Estado — afirmou.

Segundo Morales, a convocatória da oposição venezuelana para “uma marcha até o palácio de Miraflores, é uma conspiração, é um golpe”.

Continua depois da publicidade

— Os povos vamos defender nossas revoluções democráticas — advertiu.

Apesar do quadro político e social na Venezuela, Morales disse que espera “reconfirmar que o presidente Maduro estará em 18 de dezembro” na região da coca boliviana, seu bastião eleitoral, no dia da Revolução Democrática Cultural. Neste dia, é comemorada a vitória de Morales nas eleições de 2005, que lhe permitiu assumir o seu primeiro mandato em janeiro de 2006.

A última vez que Maduro chegou a essa região do trópico boliviano foi em outubro de 2015, quando pactou com Morales um modelo bilateral social-comunitário até 2025.

“Nosso processo de integração vai continuar, talvez com algumas dificuldades” em meio a um novo quadro político na América do Sul, com mais governos de direita ou conservadores, disse Morales.

Continua depois da publicidade

Morales pode concorrer à reeleição em 2020

Setores leais a Morales buscam apresentá-lo novamente como candidato à presidente em 2020, apesar de terem perdido, em fevereiro passado, um referendo nacional para modificar a Constituição de modo a permitir um quarto mandato.

Segundo a oposição, sua última reeleição, resultado de uma interpretação inconstitucional, foi ilegal.