A impaciência dos moradores de Araquari com a falta de água que tem deixado parte da cidade desabastecida há mais de duas semanas motivou mais um protesto na tarde desta sexta-feira, na SC-301, região do bairro Itinga.
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A rodovia foi interditada às 17h45 e o fluxo de veículos ficou parado até as 19h20. Como a SC-301 é uma rota de acesso a Joinville, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul, houve formação de filas.
Moradores questionaram a eficiência dos seis caminhões-pipa mobilizados pela Casan para o atendimento emergencial da população e cobraram prazos para a normalização do abastecimento na região.
-A tarifa da água não deixou de ser cobrada, mas a nossa cidade está com sede e cobra providências. As pessoas não têm condições de se alimentar, tomar banho nem mesmo tomar remédio quando precisam-, critica o músico João Luiz Rodrigues, de 47 anos, um dos organizadores da manifestação.
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A estimativa é de que cerca de 4 mil moradores do bairro Itinga, incluindo os loteamentos Santa Mônica, São Benedito e Santo Antônio, estejam sofrendo com o problema da falta de água.
O abastecimento da região é feito com água comprada da Companhia Águas de Joinville pela Casan, mas a distribuição ficou crítica com o aumento da demanda em Joinville por causa do calor.
Conforme a Casan, quase toda a água é consumida antes de chegar em Araquari. Sem pressão na rede, as áreas mais altas da cidade ficam com o abastecimento comprometido.
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Mas nem todos que seguiam caminho pela SC-301 durante o protesto na sexta se mostraram solidários com a população afetada.Motoristas e motociclistas mais exaltados chegaram a tentar furar o bloqueio, mas foram impedidos pelos manifestantes.
Para quem tinha Joinville como destino, a única opção, além da espera, foi dar meia volta e contornar o bloqueio pela BR-101. PMs acompanharam a mobilização, sem a necessidade de intervir. Líderes comunitários prometeram novo protesto na sede da Casan ou na Prefeitura.
Na próxima semana, deve normalizar, promete Casan
A voz da Casan na manifestação partiu do superintendente da companhia na região Norte, César Luis Cunha. Ele compareceu ao protesto na expectativa de explicar as medidas adotadas para minimizar o problema da falta de água, mas a multidão não o poupou de vaias e cobranças.
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Em meio a manifestantes de ânimos alterados, o superintendente reforçou os planos para a perfuração de dois poços artesianos em Araquari. Geólogos já avaliaram as áreas de interesse.
-Temos ações para resolver o problema que terão resultado em médio prazo. Assim que começarmos o trabalho, os poços serão concluídos em questão de dias. Esperamos normalizar o abastecimento na próxima semana-, destaca.
A intenção é que a água dos poços seja levada à rede de distribuição, normalizando o sistema. Cunha adiantou, ainda, que a Casan estuda uma diferenciação de valores nas tarifas de quem sofreu com a falta de água.
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