Basta entrar no bairro Glória, em Blumenau, para perceber o estrago causado pelo temporal. O terminal do Garcia e as ruas ao redor estão cheias de lama, especialmente a Rua da Glória. Moradores e comerciantes trabalham para limpar os imóveis na redondeza. O trânsito é lento por causa da lama e dos curiosos que foram ver os pontos mais atingidos.
Continua depois da publicidade
::: Confira a galeria de fotos dos estragos em Blumenau
O primeiro ponto de concentração é em frente à Rua Ponta Porã, uma tranversal da Rua Belo Horizonte, onde uma casa desabou na noite de quinta-feira, ferindo duas crianças. Acessar a via só a pé e ainda desviando dos entulhos. Tem de tudo no chão. Desde as lajotas que foram arrancadas, passando por restos de construção, pedaços de madeira, galhos e até um colchão.
Seguindo pela Belo Horizonte, o motorista precisa parar em um ponto onde parte do calçamento foi arrancado. Em um trecho em que a via fica mais estreita, na altura do número 1.650, um barranco deslizou bem em frente à casa de Matilde Kormann. O barro invadiu a varanda. A calçada da casa virou um acesso temporário para os vizinhos que precisam circular, já que é a única maneira de passar por ali é a pé, pulando sobre os entulhos.
O deslizamento aconteceu por volta das 19h30min de quinta, segundo Matilde. A água que corria pela rua subiu pelos entulhos e entrou na casa pela janela da frente. Pelo assoalho de madeira, vertia outra quantidade significativa. Na manhã de sexta-feira, Matilde contou com a ajuda de familiares e vizinhos para limpar a casa. Sem água, contaram com a solidariedade da moradora ao lado, onde várias pessoas retiravam baldes de uma piscina. Foi o que ajudou na hora de retirar a lama de dentro das casas.
Continua depois da publicidade
A solidariedade, aliás, é constante na região. Dona Matilde lembra que, em 2008, a vizinha foi atingida por um deslizamento parecido e se abrigou na casa dela. Agora, a história se inverteu.
– O que a gente tira de lição de momentos como este é que as pessoas ainda se ajudam – comenta.
É buscando forças nisso que os moradores superam, mais uma vez, os danos causados pelo temporal. Infelizmente, esperando como vai ser o próximo. Morador da Rua Ponta Porã e vizinho da casa que desabou, o vidraceiro Anderson Pfiffer resumiu o sentimento
– Quem mora em morro vive preocupado.