Adilson da silva, de 50 anos, começa a cavar para achar uma raridade no verão de São Francisco do Sul: água.

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Há dois dias a caixa d’água dos moradores da rua Da Corda não é abastecida nem de madrugada, como vinha acontecendo desde do dia 20 de dezembro. O jeito é tentar fazer poço artesiano e dar sorte de achar um olho d’água.

Mas encontrar a salvação do veraneio em fonte subterrânea é coisa para especialista. Adilson precisou de ajuda para achar o ponto certo, que ficou fora da sua casa, em frente à do vizinho Marcolino Rodrigues, de 61 anos.

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Rodrigues cedeu água coletada do poço feito em sua casa há nove anos. Com 12 anos de experiência no veraneio de São Chico, os primeiros três anos foram de sacrifício com a falta d’água. Como Adilson tem casa na parte mais alta da rua, foi mais fácil.

– Água lá embaixo – disse ele apontando o final da rua – é água salobra, nem poço dá pra fazer – explicou Paulo.

Depois de cavar a terra e encontrar o olho d’água, é feita a canalização e instalação de uma bomba que reabastece a caixa. Adilson teve uma ideia enquanto mexia na terra do poço recém-feito:

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– vamos levar essa técnica lá para São Paulo – brincou.

– Lá é por causa da seca, em Santa Catarina não tem seca – argumentou Rodrigues.

A outra alternativa, além da escavação, estava na ponta da língua da esposa de Adilson, Adriana da Silva.

– Que fizessem um revezamento, como nos outros anos, pelo menos – considerou ela.

A Praia do Forte, de acordo com os moradores da rua Da Corda, também tem que lidar com a falta de água.

O revezamento vem aí

Com as praias de São Francisco do Sul lotadas, a água perde a pressão e deixa de chegar aos pontos finais da rede. Essa é a explicação oficial para o problema. De acordo com o diretor-presidente da Samae, Fernando Ledoux, era para ter água em Itaguaçu. Os únicos pontos que o diretor admite estarem com a bica seca são o Capri e a praia Grande porque ficam no final da rede de abastecimento.

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Operando acima da capacidade, um dos três reservatórios da Samae permanece fechado para que possa ser reabastecido. Mas Ledoux garante que os motores estão totalmente ligados para enviar água à tubulação dos moradores.

O revezamento deve contribuir para a distribuição equilibrada dos recursos hídricos e começa nesta quarta-feira, dividindo a cidade em três setores. Cada um deles abastecido por 8 horas.

Setor I

Capri, Forte, Itaguaçu, Ubatuba I

Setor II

Ubatuba II, Majorca

Setor III

Enseada, Prainha, praia Grande