A Rua Luxemburgo, em Camboriú, amanheceu envolta pelo medo nesta terça-feira. Em sinal de protesto pelo latrocínio do vendedor de cachorro-quente Vanderlei Constante dos Santos, moradores penduraram faixas pretas nos portões. O crime chocou a comunidade e reforçou a sensação de insegurança no bairro Areias.
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Vanderlei foi assassinado durante um assalto na madrugada. Ele estava chegando em casa do trabalho quando foi abordado por dois bandidos armados. Segundo a Polícia Civil, o vendedor reagiu e acabou sendo baleado com dois tiros, um no pescoço e outro no peito. O dinheiro das vendas do dia não foi localizado pela polícia.
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Uma das moradoras que aderiu ao protesto, a dona de casa Adriana Urbanik, 42 anos, conta que viu o momento do crime pela janela de casa. Ela explica que quando os vizinhos foram socorrer o vendedor, os bandidos já haviam fugido.
– Foi muito rápido. Acho que ele ficou com medo que entrassem em casa e acabou reagindo. Estamos revoltados, vivemos presos dentro da própria casa – relata.
Ana Claudia Alves, 49 anos, ajudou a organizar o protesto na rua. A intenção, segundo ela, é fazer uma manifestação maior e chamar a atenção das autoridades para a questão da segurança.
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– Moro aqui há um ano e quatro meses e já vi inúmeros vizinhos se mudarem pela falta de segurança. Dá uma tristeza muito grande pela vítima e pela família dele – afirma.
A professora Paola Giovana Pereira, 29 anos, reside próximo ao local do crime e conta que já sabe até reconhecer barulho de tiros. Depois do latrocínio, ela comenta que a sensação de insegurança aumentou:
– Podia ser com qualquer um de nós, estamos apavorados.
Irmão diz que vendedor tentou proteger a família
Considerado um homem batalhador pelos vizinhos, Vanderlei Constante dos Santos chegava do trabalho de madrugada e às 7h já estava acordado para preparar o carrinho de cachorro-quente – ele trabalhava em um ponto na Quinta Avenida, em Balneário Camboriú. O irmão Otávio Bernardini dos Santos, 24 anos, conta que a terça-feira era seu único dia de folga e que certamente ele iria pescar.
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– A sensação é de raiva, dor e perda. É muito ruim ver a população amedrontada à mercê da marginalidade. Éramos muito unidos, perdi mais que um irmão, perdi um amigo e parceiro – diz.
Otávio afirma ainda que Vanderlei morreu tentando proteger a família. De acordo com ele, o irmão reagiu ao assalto para impedir que os bandidos entrassem em sua casa. Durante a briga, ele teria pedido, inclusive, que a esposa corresse para dentro do imóvel.
*Colaborou Lucas Correia